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sábado, 23 de novembro de 2024

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QUILOMBOS URBANOS : Artes Visuais no clube Chove não Molha

QUILOMBOS URBANOS : Artes Visuais no clube Chove não Molha
27 agosto
09:37 2015

Oficinas de pintura, desenho, escultura e artesanato, com o grupo Quilombos Urbanos. Inscrições abertas para jovens, adultos e idosos 

Por Carlos Cogoy

Retomada do grupo “Quilombos Urbanos”, que reúne artistas visuais negros. Na nova fase, Valdir Ferreira, Zé Darci, Laura Barbosa e Edilaine Dutra, estarão ministrando oficinas no clube cultural Chove Não Molha – rua Benjamin Constant 2.118. Numa parceria com o clube, presidido pelo jornalista Carlos Machado, grupo começará os cursos em setembro. Como opções, técnicas de pintura, desenho, escultura e artesanato. Os encontros serão às quartas-feiras e sextas das 14h às 16h. Eventualmente também aos sábados. As turmas serão organizadas conforme o interesse do aluno, e considerando a faixa etária. O professor orientará sobre a aquisição do material necessário. Na oficina de artesanato, materiais como feltro, “Pet”, tecido, papel e madeira. Já o curso de pintura, paralelamente à prática, terá introdução à história e diferentes técnicas. Sócios terão redução no valor do curso escolhido. Informações e inscrições: (53) 84237607 (Edilaine); (53) 8338.3449 (Zé Darci); (53) 8437.5532 (Laura). E-mail: [email protected]

Artistas Valdir Ferreira, José Darci, Laura Elisa Barbosa e Edilaine Dutra

Artistas Valdir Ferreira, José Darci, Laura Elisa Barbosa e Edilaine Dutra

PROGRAMAÇÃO – Edilaine menciona sobre as perspectivas do trabalho no clube: “Para participar, os critérios são o interesse em aprender ou aprimorar técnicas, motivação pela cultura negra e possibilidade de geração de renda com o novo aprendizado. Por exemplo, no caso do artesanato. A duração dos cursos e oficinas será permanente, conforme a programação de atividades do grupo e do clube. O trabalho será desenvolvido por módulos, sendo que cada etapa terá oito encontros mensais. O aluno poderá optar por quantos módulos desejar. Em novembro na Semana da Consciência Negra do clube, haverá exposição com trabalhos dos alunos. Também o grupo ‘Quilombos’ realizará mostra. Para dezembro, a ideia é organizar bazar de Natal, com a comercialização de trabalhos dos alunos e parceiros. Com isso, estaremos estimulando a produção artística e elevando a autoestima do aluno. Com isso, geração de renda aos participantes, grupo ‘Quilombo’ e o clube. Outra programação, também ao final do ano, será o leilão de obras dos alunos e integrantes do ‘Quilombos’”. Na Semana da Consciência Negra, acrescenta Edilaine, destaque à participação do escultor Elvandir “Vandico” Santos Caldeira. Parceiro do “Quilombos Urbanos”, e artista que trabalha em conjunto com o escultor Valdir Ferreira, Vandico – foi aluno de Antônio Caringi -, estará proferindo palestra no Chove Não Molha.

INTEGRANTES do Quilombos participaram da coletiva “Trajetórias Compartilhadas” ano passado. No Espaço de Arte Daniel Bellora, cada artista expôs sua produção individual do período entre 2008 e 2014. No evento, também Jonas Fernando – integrou a primeira fase do coletivo de arte. No retorno do grupo, remanescentes com trajetórias qualificadas. Edilaine é formada em artes visuais na UFPel, e artesã desde 1986. Ela trabalha como técnica de arte no serviço de saúde mental da Prefeitura. Também realizou especialização em arteterapia. Sua arte é astrata, com desenhos e pinturas de “cores quentes e formas orgânicas”. No Carnaval tem sido jurada nas folias de Pelotas e Caxias do Sul. A artista Laura Elisa também cursou a UFPel. Além das artes plásticas, é costureira e artesã. Seu trabalho abrange fantasias carnavalescas, figurinos para teatro e celebrações religiosas. Na pintura a óleo, técnicas figurativas. No desenho em aquarela, imagens abstratas em papel e tela. Outro participante, José Darci Gonçalves – Zé Darci como se identifica -, é natural de Arroio Grande. Servidor no DAER, é artista autodidata com participação em inúmeras coletivas. O começo, como ressalta, ocorreu há quinze anos em curso de pintura no Senac. Desde então, aprimorou sua técnica e integra projetos e campanhas do movimento negro. E no grupo também o escultor pelotense Valdir Ferreira. Egresso da então Escola de Belas Artes, profissionalmente atuou na tipografia. Alegorista de escola de samba, expressa-se através da arte figurativa. Na temática, paisagens e figuras humanas. Nas esculturas, estatuetas que têm recebido premiações.

Paulo Correa convidado

Paulo Correa convidado

GRUPO está de volta e Edilaine assinala: “O que nos motivou a reativar os trabalhos coletivos do grupo, foi a necessidade e o desejo do artista de estar sempre produzindo, independente de expor ou vender suas obras. Então, com o propósito de produzir esculturas, além de pinturas, artesanato e desenhos, em março deste ano retomamos as reuniões. Como objetivo, adquirir espaço físico para  nosso atelier. E fizemos várias tratativas, visitamos muitos parceiros, tentando obter um espaço com  baixo custo. Em junho, recebemos o convite do novo presidente do clube cultural Chove e Não Molha. Ele sugeriu a parceria cultural, e já na primeira reunião foi oferecido o espaço do clube para atividades do grupo. Como contrapartida, atendimento aos sócios e comunidade em geral. Assim, contribuindo para ampliar atividades do Chove e também o número de associados. Desde então, estamos planejando atividades deste ano, bem como para 2016”.

CONVIDADO – O artista pelotense Paulo Correa, que integrou a formação original, e atualmente está radicado em Porto Alegre, foi convidado para esporadicamente participar de atividades do “Quilombos Urbanos”.

HISTÓRIA – O grupo surgiu em 1998 e, com a primeira formação, teve atividades até 2007. O objetivo era vincular artes plásticas e cultura negra. Para isso, atelier de pintura, palestras, oficinas e seminários, tanto em Pelotas quanto na região. Até 2000, lembra Edilaine, período de estudo, pesquisa e rodas de conversa. Na sequência, visando resgatar e difundir a arte e cultura negra, participações nas semanas da Consciência Negra. Além disso, em escolas e ONGs, atividades com jovens sob a condição de vulnerabilidade social. Em 2006, planejamento e decoração do Carnaval. Na trajetória, mais de vinte exposições coletivas. Atualmente, o grupo encaminhou documentação para viabilizar CNPJ, o que possibilitará novas perspectivas. E brevemente divulgação online nas redes sociais.

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