CARNAVAL : Esquenta o clima na CPI
Depois do depoimento do ex-superintendente de manifestações populares da Secretaria Municipal de Cultura, Francisco Rangel, a Comissão Parlamentar de Inquérito da Câmara está convocando para depor, na próxima quinta-feira, 03/09, às 11h, Beatriz Cabreira Dias, gerente de compras governamentais.
Segundo o relator da CPI, vereador Ricardo Santos (PDT), a funcionária pública fez uma dispensa de licitação para compra de lanches no Carnaval deste ano, que acabou beneficiando a pessoa de suas relações particulares.
O parlamentar também quer ouvir, no mesmo dia, o presidente da Assecap, Associação das Entidades Carnavalescas de Pelotas, Jorge Vasques, para explicar o contrato firmado com a Prefeitura e sobre o qual pairam dúvidas.
Francisco Rangel não soube responder a muitos questionamentos dos parlamentares, apesar do cargo que ocupou. Segundo disse, houve uma descentralização de funções, ficando, por exemplo, a cargo de seu setor a contratação de bilheteria, portaria e som. Já a Secretaria de Justiça e Segurança Social ficou encarregada pela vigilância e contratação de seguranças. A Secretaria de Obras e Serviços Urbanos encarregou-se do palco e da liberação dos planos de prevenção de incêndio junto ao Corpo de Bombeiros.
Talvez por não ter sido responsável por tudo, Rangel hesitou em responder como surgiram três orçamentos, de empresas diferentes, mas escritos com letras idênticas e assinaturas praticamente iguais, para aluguel de máquina empilhadeira. Segundo o presidente da CPI, vereador Marcos Ferreira (PT), nem mesmo um carimbo com o CGC das empresas aparece nas folhas entregues à Prefeitura.
“Não sou especialista em empresas”, afirmou Rangel, e continuou:”tem lugares que tem mais de uma empresa no mesmo endereço. Não me dei conta do detalhe da letra, da assinatura”.
Já o contrato com a Assecap foi feito com base na previsão de gastos apresentados pela entidade e, segundo Francisco Rangel, ao final do Carnaval houve a prestação de contas e “eles até devolveram dinheiro”.
Mas, o presidente da CPI questionou se ele sabia que dois diretores da Assecap foram contratados “com dinheiro público para trabalhar no Carnaval?” O parlamentar também quis saber se o ex-superintendente tinha conhecimento de que a Assecap utilizou dinheiro do contrato que deveria ser gasto com a festa, para “compra de bens permanentes, como computadores”, ao que Rangel respondeu: “eles imprimiram o diagrama da festa e todo o trabalho das entidades”.
O vereador Edmar Campos (DEM) também participou da CPI e considerou importante o esclarecimento da festa popular.