Circuito Filosófico da UCPel leva arte para escolas
Reflexão filosófica através da arte de rua. Essa foi a proposta de mais um Circuito Filosófico, encontro promovido pelos acadêmicos do curso de Filosofia da Universidade Católica de Pelotas (UCPel) para alunos da Escola Estadual Padre Anchieta, visando promover uma nova forma de olhar, de entendimento e pertencimento com a sua comunidade. Para isso, oficinas de hip hop, DJ, grafite, capoeira e arte de rua foram oferecidos aos participantes com a intenção de trabalhar mensagens e provocar a reflexão sobre a cultura da rua.
A atividade foi realizada na UCPel justamente para oferecer um novo ambiente, diferente da sala de aula, local onde também ocorrem algumas ações do Circuito. Conforme a coordenadora do curso de Filosofia, professora Ângela Caruso, a idade dos alunos, entre dez e 12 anos, é um momento ideal para a realização de atividades como esta, visto que é nessa faixa etária que começa a busca pela identidade.
De acordo com o acadêmico do curso de Filosofia, Apius Escobar, a escolha de trabalhar com o conceito de Filoarte se deu com a possibilidade de aplicação do conceito de arte à filosofia. “Das letras do hip hop, por exemplo, é possível trabalhar mensagens que provocam identidade sobre a cultura da rua e partir disso a reflexão”, explica.
Para o professor da escola Padre Anchieta, Eduardo Garcia, atividades como essas são importantes por trabalhar a Filosofia, que muitas vezes fica esquecida se comparada com as disciplinas regulares dentro das escolas. “Quanto antes ocorre o contato com a Filosofia, mais o aluno se torna um sujeito mais crítico, o que possibilita a reflexão sobre o seu papel na sociedade”, avalia.
A reflexão filosófica trabalhada através da arte agradou, e muito, os participantes das oficinas. Olhos atentos aos rápidos movimentos da dança de rua, seguidos por aplausos acalorados conquistaram os participantes. Um deles, Paulo Sanches, de 12 anos e aluno da quinta série, estava ansioso para participar das oficinas de hip hop e dança de rua. “Quando crescer quero ser cantor, então vou aproveitar a oportunidade da oficina”, disse.
Conforme a professora Ângela, a iniciativa beneficia tanto a comunidade quanto a Universidade pela possibilidade de unir teoria e prática. “Sem a vida e a realidade a teoria não funciona”, finaliza.
A oficina de capoeira também foi bem requisitada pelos jovens, que aproveitam a prática dessa expressão cultural brasileira como uma forma de aproximação de seus familiares e amigos. “Trabalho com crianças em situação de vulnerabilidade social há 15 anos e consigo ver na prática como a capoeira une famílias”, disse a professora do esporte, Alessandra Pereira.
Além da Padre Anchieta, recebem o Circuito Filosófico as escolas Joaquim Assumpção e Hipólito Leite. A atividade também integra as diversas ações realizadas pelo Programa de Iniciação à Docência (PIBID) da UCPel.
Fotos: Wilson Lima