Diário da Manhã

segunda, 25 de novembro de 2024

Notícias

SETE AO ENTARDECER : Cantando na estrada da alma brasileira

28 setembro
09:06 2015

Nesta segunda às 18h30min na Fábrica Cultural – Félix 952 -, Marquinho Brasil será a atração no Sete ao Entardecer

Por Carlos Cogoy

Andarilho, Estrada, Canceriana, Memória, Povo Errante, Sonhador, Manhãs do Além, Contando História, Com as Próprias Mãos e Alma Brasileira. Repertório do músico acreano Marquinho Brasil, que hoje tocará no “Sete ao Entardecer” do Theatro Sete de Abril. Há quase 25 anos radicado em Pelotas, já gravou quatro CDs e planeja lançar o próximo trabalho em 2016. Ele também menciona a possibilidade de um DVD ao vivo. Um pouco do novo projeto será apresentado no show desta segunda na Fábrica Cultural. E Marquinho será acompanhado pela banda: Ottoni de Leon (baixo); Igo Santos (bateria e guitarra); Felipe Saraiva (percussão). Como acontece semanalmente nas edições do projeto, show com ENTRADA FRANCA.

Compositor e intérprete Marquinho Brasil apresentará músicas de diferentes fases

Compositor e intérprete Marquinho Brasil apresentará músicas de diferentes fases

BRASILIDADE – Alma Brasileira é o projeto de Marquinho que se mantém renovado. Ele observa: “Há cinco anos desenvolvo o show Alma Brasileira. Continuo com a ‘brasilidade’ a mil por hora. O quinto disco foi onde consegui o meu melhor perfil como artista. Esse projeto surgiu pela influência de estar há quase 25 anos morando em Pelotas. Sempre que saio para tocar noutro Estado, ouço os comentários sobre meu sotaque, que estou falando como gaúcho. Daí me motivei para criar trabalho com ritmos do norte. Então, o baião, carimbó, embolada e repente. No entanto, sonoridade que tem a forte influência gaúcha. E o sotaque gaúcho se acentua, pois os músicos são daqui. Mas o trabalho não tem a referência de um lugar. Assim, tem sido considerado a ‘cara’ do Brasil. Minha expectativa é pela gravação. Provavelmente no próximo ano. E uma possibilidade é a aprovação da ideia no Programa de Incentivo, o Procultura, ou algum meio que viabilize a gravação ao vivo do DVD”.

APRENDIZADO – Mestre capoeirista, professor de música e violão há doze anos, Marquinho cursou produção fonográfica na UCPel. Casado com Helenice, pai de Mauro Antônio e Marco Antônio, ele menciona sobre a verdade que busca na ligação com a música: “Nunca me preocupei em escrever algo que não estivesse sentindo. A música é um elo com minha vida, sempre foi natural e espontâneo. E desde criança que gosto de tocar. Valorizo muito isso. Só toco quando sinto vontade, não sou músico de ficar horas no instrumento, não me detenho no estudo sistemático.

Observo que, quando preciso, a música vem pronta, como se fizesse parte de mim. Sempre achei que iria viver de shows, viagens etc. Mas, quando senti na pele, vi que é muito alto o preço que se paga. E acho que a solidão é a pior coisa do mundo. Quando você vê inúmeras pessoas na sua volta e se sente só, isso para mim foi mais forte do que aquela maneira que estava vivendo. Senti isso quando casei, tive meu primeiro filho. Procurei achar na música e na capoeira uma maneira de sentir uma decisão certa. Tudo mudou e amadureci muito quando encontrei a resposta. E soube que, se o ser humano trabalhar seu espírito para a felicidade, qualquer lugar deste mundo será um bom lugar. Hoje quando toco em qualquer lugar, sinto a mesma sensação como se fosse num estádio de futebol. E acima de tudo com uma enorme alegria. Afinal, sei que, o quanto antes, dormirei ao lado das pessoas que mais amo no mundo. Minha esposa e os filhos”.

MODISMOS embalados por tolices. Professor de música, Marquinho avalia a mediocridade contemporânea: “A corrupção no mercado fonográfico é responsável por essa droga que estamos escutando! O jovem de hoje não tem consciência crítica. Escuta tudo que o adulto faz. Tenho certeza que existem muitos Marquinhos pelo Brasil, mas a falta de valor que o nosso país trata a arte, deixa qualquer pai com medo de investir na cultura para o seu filho. Claro que tudo isso se propagou pela individualidade do ser humano, pela falta de amor, por não dar importância ao processo de uma caminhada, e sim pelo resultado. Mas, nem sempre quem chega em primeiro, é o mais feliz. A bola de neve do consumismo, individualismo, tecnicismo da alienação, cegou o mundo. A arte não empobreceu, as pessoas que empobreceram! Se não tiver uma política de consciência crítica aos nossos jovens, a tendência é piorar”.

Mestre capoeirista Marquinho orienta professores na região

Mestre capoeirista Marquinho orienta professores na região

CAPOEIRA – Mestre capoeirista, Marquinho ministra aulas para alunos a partir dos cinco anos de idade. As aulas acontecem na Academia Mota – rua Félix da Cunha 468. Além de Pelotas, orienta professores de capoeira em Canguçu e Rio Grande. Ele comenta sobre a transformação proporcionada pela capoeira: “Após receber a ‘corda’ de Mestre, meu amadurecimento foi tanto que, além de ajudar as pessoas através da prática da capoeira, também comecei a me ajudar. Então percebi que poderia associar os benefícios físicos, também com mudanças interiores. Daí, fortaleceram-se princípios como o equilíbrio, caráter, autoestima, disciplina e dedicação à família. Tornei-me mais perceptivo à valorização da vida através da observação comportamental. E o grupo que criei, Grupo de Capoeira Ilha de Mar Grande, refere-se ao local de nascimento do meu mestre Chibata, já falecido”.

 

 

Notícias Relacionadas

Comentários ()

Seções