COMÉRCIO : Intenção de Consumo das Famílias mantém patamar negativo em janeiro
O cenário econômico adverso continua impactando de forma negativa a percepção das famílias gaúchas em relação ao consumo. É o que aponta a primeira pesquisa do ano da Fecomércio-RS, que mede a Intenção de Consumo das Famílias (ICF-RS). O levantamento relativo ao mês de janeiro mostra que o indicador apresentou queda de 32,5% em relação ao mesmo período de 2015, aos 73,3 pontos, perpetuando o patamar negativo dos últimos meses. A pesquisa conta com 600 famílias em sua amostra.
Na comparação com janeiro de 2015, todos os componentes que integram o ICF tiveram retração significativa. O indicador que mede a segurança com relação à situação do emprego caiu 6,9% em relação ao mesmo período de 2015, ficando em 112,9 pontos.
O indicador tradicionalmente otimista, segue em direção à zona de neutralidade (100 pontos), incentivado pela deterioração do mercado de trabalho. A avaliação quanto à situação de renda recuou 37,7% no mesmo período analisado, alcançando 74,8 pontos em janeiro de 2016. A queda foi determinada, principalmente, pelo efeito da inflação sobre a renda e, novamente, pela piora da situação do mercado de trabalho. “O mercado de trabalho apresenta deterioração acentuada, com diminuição importante no número de contratações em relação ao mesmo mês do ano passado. Além disso, a inflação alta em 2015 e a possibilidade de um novo aumento dos juros pelo Banco Central pioram ainda mais esse cenário”, justifica o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn.
Os dados relacionados ao nível de consumo atual em janeiro/2016 mostram uma redução de 48,2% na comparação com a mesma base do ano passado, aos 49,9 pontos. A avaliação referente à facilidade de acesso ao crédito caiu 38,9% no mesmo período analisado, aos 71,0 pontos; e o referente ao momento para consumo de bens duráveis teve diminuição de 52,4%, aos 44,8 pontos. “O indicador persiste registrando quedas expressivas, motivadas pelo elevado patamar da taxa de juros, o que afeta diretamente a intenção de consumo de bens duráveis, geralmente comprados com o uso do crédito”, avalia o presidente da Fecomércio-RS.
O cenário econômico desfavorável à ascensão em termos de cargos e salários dentro das empresas levou o indicador que mede a perspectiva profissional a cair 29,6% em janeiro/2016 sobre janeiro/2015, aos 72,4 pontos. Já a perspectiva de consumo apresentou recuo de 20,6% em relação a janeiro de 2015, aos 86,9 pontos.