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segunda, 18 de novembro de 2024

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Brasil inverte lógica do futebol

05 setembro
09:13 2016

Resultados de campo alavancam crescimento do clube, contrariando a tese de que forte investimento financeiro é o ideal

O Brasil contraria uma tese lógica do futebol: ao invés da estrutura do clube sustentar a evolução do futebol é o futebol que alavanca o crescimento do clube. Em quatro temporadas, o Rubro-Negro saiu da segunda divisão gaúcha para estar entre os primeiros colocados do Brasileiro da Série B. No vácuo do sucesso do time de Rogério Zimmermann, o clube encontra saída para atacar carências históricas, como a reativação das categorias de base, manter as contas em dia e colocar em prática o arrojado projeto de construir um novo estádio.

“É inacreditável tudo que está acontecendo no Brasil”, espanta-se o presidente Ricardo Fonseca, que está com seu nome registrado na história do clube. Primeiro porque é o dirigente que por mais tempo se manteve no cargo na história de 105 anos (data a ser comemorada nesta quarta-feira). Ele está comandando o Xavante desde novembro de 2011 e vai para mais dois anos de gestão e só aí (no final de 2018) irá passar a “faixa presidencial”, porque estará impedido legalmente de concorrer a mais uma reeleição.

A lei que concede isenção fiscal ou permite que os clubes recebam verbas públicas (o Brasil aderiu o Profut – Programa de Renegociação de Dívidas Fiscais) limita, a partir de 2016, em quatro anos o mandato de dirigentes de entidades esportivas. Isto é: dois mandatos de dois anos, permitindo apenas uma reeleição.

De gol em gol, de vitória em vitória e de acesso a acesso, o time do Brasil faz história e leva o clube junto Foto: Assessoria GEB

De gol em gol, de vitória em vitória e de acesso a acesso, o time do Brasil faz história e leva o clube junto
Foto: Assessoria GEB

CAMPO – Ricardo Fonseca é também o dirigente mais vitorioso da história recente do Brasil. Ele tem uma sequência de quatro acessos, dois títulos do Interior no Gauchão e três participações em Copa do Brasil (classificação inédita no clube até 2013). O time rubro-negro está muito perto de garantir matematicamente sua permanência na Série B em 2017 e pode sonhar com a conquista de vaga na primeira divisão nacional. Basta manter a condição atual no Brasileiro.

O dirigente sabe, no entanto, que é preciso continuar evoluindo. “O clube tem que estar preparado para uma situação em que os resultados de campo não sejam bons. Até agora foi o futebol que segurou o clube. Já avançamos bastante, mas temos que fazer mais, aproveitando esse momento ótimo do futebol”, afirma.

Reativar categoria de base

O Brasil já foi um clube formador de jogadores até a década de 80. Depois, a base foi perdendo força até desaparecer em função da falta de dinheiro para sustentar o setor. Agora, a proposta é retomar essa atividade – sempre considerada essencial, mas deixada em segundo plano.

Além da questão estratégica do clube, a adesão ao Profut cria a necessidade de os clubes investirem na base. A primeira parte do projeto é a criação dos núcleos de escolinha de futebol, que são destinados a crianças e aos adolescentes de quatro a 16 anos. A primeira franquia está firmada com o professor de educação física Fábio Borba, que ficou com o núcleo Centro.

O presidente Ricardo Fonseca diz que serão feitas outras parcerias para implantar núcleos nos bairros. “Depois pretendemos criar núcleos nas cidades da região”, diz.

Outra parceria em fase de conclusão é o aluguel da estrutura do Fragata Futebol Clube para ser a sede da base – a partir da categoria sub-15. “Vamos ter um vice-presidente do clube, mas a administração será profissional”, garante Fonseca. O atual gerente administrativo Armando Desessards deve assumir coordenação da base.

Ricardo Fonseca está na história do clube pelas conquistas em quatro anos

Ricardo Fonseca está na história do clube pelas conquistas em quatro anos

Campanha anula risco de oposição

O mês de setembro é de eleição no Brasil. Antes da aclamação de mais uma reeleição de Ricardo Fonseca, haverá a escolha da mesa diretora do Conselho Deliberativo para a gestão de 2017. O atual presidente do CB, Adriano de León Soares, já adiantou que não irá seguir na função, depois de quatro anos no cargo. O contado para substituí-lo é o ex-presidente Cláudio Andrea.

Ricardo Fonseca entende que a volta de Andrea à presidência do Conselho Deliberativo (exerceu o cargo em 1987/1988) será uma homenagem ao dirigente histórico do clube. “Será uma forma de homenagear um dirigente com história no clube, num momento em que o Brasil está muito bem”, destaca.

Já a reeleição de Fonseca é algo natural. O momento do clube, especialmente do futebol, anula qualquer hipótese de oposição. Desde que assumiu a presidência no final de 2011, o presidente nunca encontrou opositor na disputa pelo comando do Brasil. O único ensaio oposicionista ocorreu no final do ano passado, quando Elsi Junior chegou a lançar candidatura, mas recuou diante da reação da torcida, que, pelas redes sociais, repudiou a possibilidade de mudança na direção do clube.

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