Inter é rebaixado
Nem a derrota para o Mazembe no Mundial de 2010, nem os 5 a 0 no Gre-Nal da Arena no ano passado. Nada se igualada ao vexame de cair para a segunda divisão do futebol brasileiro. Com vergonha, sofrimento e resignação ao ver uma equipe derrotada emocionalmente, a torcida colorada amargou neste domingo o inédito rebaixamento na história de 107 anos do clube. O empate por 1 a 1 com o Fluminense, no Giulite Coutinho, em Mesquita, no Rio de Janeiro, consumou o que estava desenhado há várias rodadas: a realidade da Série B em 2017.
Alex encobre o rosto – ao lado de Ernando: personagens do pior fiasco da história do Inter, que é rebaixado pela primeira vez
A uma semana da comemoração dos 10 anos da maior conquista do clube, o título mundial de 2006, vencendo o Barcelona, em Yokohama, o Internacional viveu o oposto. Da maior glória ao maior fracasso, e tendo os mesmos dirigentes no comando: Vitório Piffero e Fernando Carvalho (só que com funções invertidas na presidência e na vice de futebol). É o fim de um ciclo de vitórias e títulos. Surge a necessidade da reconstrução do futebol colorado pela diretoria que foi eleita no sábado.
RODADA – Com a necessidade de vencer o Fluminense no Rio e contar com a ajuda improvável do rebaixado Figueirense contra o Sport, o Inter não conseguiu se sequer fazer sua parte. Só empatou seu jogo. E poderia ter perdido feio. Mais uma vez o goleiro Danilo Fernandes foi o melhor em campo – inclusive, defendendo um pênalti no primeiro tempo.
O único jogador com a moral elevada, Danilo Fernandes foi preciso na análise da campanha do Inter ao final do jogo. “Trocamos de treinador três vezes, e o resultado foi sempre o mesmo. Ficou claro que o problema não era o treinador. Foi uma queda justa. Temos que pedir desculpas e ter vergonha na cara”, disse. Ele dedicou a defesa do pênalti cobrado por Richarlison ao Danilo, goleiro da Chapecoense, que morreu no acidente com a delegação do clube catarinense.
Medeiros é eleito com grande vantagem: 94% dos votos válidos
Medeiros assume clube na Série B
Marcelo Medeiros foi eleito para presidir o Internacional nos dois próximos anos. Representando a oposição, o candidato da Chapa 2 obteve 94% dos votos dos associados do clube – uma demonstração em números do desgaste da atual diretoria. O dirigente assume o Colorado na segunda divisão nacional, com a imagem desgastada nacionalmente e em conflito com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) por conta dessa denúncia feita pela entidade de que o Inter falsificou documentos para forjar irregularidade na inscrição do zagueiro Victor Ramos, do Vitória.
O favoritismo de Medeiros foi confirmado com a maior vantagem de um candidato, desde que o Inter passou a ter votação dos associados no processo eleitoral. Foram 12.124 votos dos associados colorados, enquanto Pedro Affatato, que é vice na diretoria do atual presidente Vitório Piffero, somou apenas 666. Houve ainda 224 votos brancos e 960 nulos. Marcelo Medeiros irá tomar posse no dia 3 de janeiro.
Também foram eleitos os vice-presidentes João Patrício Herrmann e Alexandre Barcelos, os quais farão parte do Conselho de Gestão do clube. O futebol fica com Roberto Melo. Outros dois nomes serão nomeados para compor Conselho de Gestão. A Chapa 2 garantiu também maioria de cadeiras na eleição para a renovação de 50% do Conselho Deliberativo. Cento e cinquenta conselheiros foram eleitos neste sábado.
Medeiros anuncia nesta segunda-feira os rumos do futebol do clube. A expectativa é que ele já confirme o treinador. Antônio Carlos Zago, que trabalhou no Juventude em 2016, já estaria acertado com o Inter.
Sport não sofreu na rodada final
O Internacional foi incompetente até para jogar pressão em cima do Sport. Não conseguiu – na combinação de resultados – sair da zona de rebaixamento em nenhum momento nesta última rodada do Brasileiro. Assim, ao natural, o time pernambucano fez 2 a 0 no Figueirense e garantiu permanência na primeira divisão. Já o Vitória, que só perderia a vaga no caso de uma vitória com goleada histórica do Inter, se deu ao luxo de se despedir da competição com derrota para o Palmeiras no Barradão.
Nos primeiros minutos, o Inter chegou a esboçar uma pressão e criou uma chance de gol, aos dois minutos, mas a bola passou pela pequena área. Depois voltou a apatia de sempre, sendo dominado pelo Fluminense. Enquanto isso, o Sport pressionava o Figueirense, que se mantinha todo na defesa. Os dois jogos terminaram com empates por zero a zero.
Na segunda etapa, o Inter voltou com os mesmos problemas, que os acompanhou em todo o campeonato. Já o Sport cedo resolveu sua situação com gol de Rogério. No final da partida, Diego Souza marcou o segundo, quando já tinha se concretizado a queda colorada.
FLUMINENSE (1)
Júlio César (Marcos Felipe); Wellington Silva, Nogueira, Henrique e William Matheus; Edson, Douglas e Gustavo Scarpa; Richarlison (Marcos Júnior), Henrique Dourado e Wellington. Técnico: Marcão.
INTERNACIONAL (1)
Danilo; William, Paulão, Ernando e Alex (Andrigo); Anselmo, Rodrigo Dourado, Vitinho (Ariel), Anderson e Valdívia (Gustavo Ferrareis); Nico Lopez. Técnico: Lisca.
Local: Estádio Giulite Coutinho, em Mesquita, Rio de Janeiro
Árbitro: José Roberto Lopes (Fifa-SC)
Gols: Douglas (30min) e Gustavo Ferrareis (43min do segundo tempo)
