TÍTULOS E TABUS: Paulo Porto destaca – “Mérito dos jogadores”
Paulo Porto ressalta mobilização do grupo na série de conquista do Pelotas
Quando chegou ao Pelotas, Paulo Francisco da Silva Porto, 62 anos, recebeu a missão de formar um grupo de jogadores e buscar em curto espaço de tempo a conquista de vitórias no Clássico Bra-Pel e títulos. A missão foi cumprida plenamente. Em cinco meses, o Lobão se tornou campeão da Sul/Fronteira, da Supercopa Gaúcha, garantiu vaga no Campeonato Brasileiro da Série D de 2014 e quebrou dois tabus no Clássico Bra-Pel: o de não vencer o rival há quase 10 anos e o de não ganhar do Brasil na Boca do Lobo – jejum que persistia desde 1998.
Para Porto, os méritos são dos jogadores. “Eles focaram e trabalharam muito para conquistar esses objetivos”. O treinador reconhece que havia muita pressão na Boca do Lobo por resultados imediatos. “Eles passaram por cima de tudo isso”, afirmou.
DIÁRIO DA MANHÃ – Qual foi a principal virtude do Pelotas nesta sequência de vitórias e títulos?
Porto – Acho que o mérito todo é dos jogadores. Eles chegaram ao clube, quase sem se conhecer, e foram se conhecendo durante o campeonato. A gente sabe também que a estrutura dos clubes é deficiente nesta Copinha. Mas eles passaram por cima disso tudo e a pressão era muito grande por vitória no Bra-Pel. Quando perdemos o primeiro Bra-Pel lá no Brasil, teve protesto e tal. Mas eles se focaram e trabalharam para alcançar os objetivos. E jogando com sacrifício. O Tiago Gaúcho jogou machucado os dois últimos jogos. Se tivesse mais um minuto no jogo de domingo, ele cairia em campo, desmaiado, de tanta dor. O Mithyuê sentiu neste jogo, mas depois do jogo em que fez contra o Novo Hamburgo, é claro que iria estourar tudo.
DM – Qual o legado que fica no Pelotas, depois desses títulos?
Porto – Fica a confiança de que havendo mobilização e todos focados, é possível conseguir muita coisa.
DM – O Pelotas já possui uma base para o Gauchão ou necessita mudar muita coisa?
Porto – Para o Gauchão é preciso contratar. O Gauchão é uma coisa e a FGF é outra. Mas temos que ver quem vamos conseguir manter. Depois dessa boa campanha, vai ter propostas de monte para os nossos jogadores.
DM – É de sua parte, você tem contrato com o Pelotas. Vai permanecer no clube para o Gauchão?
Porto – A princípio sim, tenho contrato. É claro que é preciso acertas algumas coisinhas. Mas vou seguir.
DM – Você acha que dá para fazer uma grande campanha no Gauchão?
Porto – Ainda não acho nada. É preciso sentar, planejar, construir um projeto. Só depois vai ser possível fazer uma previsão melhor. Acredito que dê para fazer uma campanha.
O desafio é manter base para o Gauchão
A diretoria do Pelotas pretende manter a base da equipe campeã das copas Sul/Fronteira e Supercopa para o Gauchão, que inicia em 19 de janeiro. “A ideia é manter o maior número de jogadores possível”, diz o diretor de futebol, Manoel Nunes (Neca). A questão vai começar a se resolver a partir desta terça-feira, definindo os acertos antes que os jogadores saiam em férias.
Segundo Neca, o Pelotas tem contrato com Paulo Sérgio, Michel (este nem jogou ainda pelo Lobão por causa de lesões), Igor, Pedrão, Carlos Alexandre, Gilmar, Gadelha, Rafael Santiago, Edson Borges e Elton. As negociações estão avançadas com Felipe Garcia e Jefferson. “Os jogadores se valorizaram muito e pode surgir alguma coisa grande para eles”, acredita o dirigente.
A abertura da pré-temporada deve ser confirmada para o dia 2 de dezembro. O Pelotas estreia no Gauchão diante do Esportivo, em Bento Gonçalves, dia 19.
Dias mágicos
Os últimos 10 dias foram mágicos para o Pelotas. Tudo que poderia ser conquistado foi garantido pelo time de Paulo Porto. Consagração. Méritos da diretoria que buscou formas de contratar um treinador de alto nível e formar um competente grupo de jogadores. Méritos do técnico que soube armar a equipe – mesmo com a perda das duas principais referências técnicas: Bruno Coutinho, dispensado; e Edson Borges, lesionado. Mérito dos jogadores que compraram a ideia. O resto é consequências de vitórias e títulos.
No dia 8, o Lobão vencia o Brasil por 1 a 0 na Boca do Lobo e assegurava vantagem na decisão geral da Sul/Fronteira. Em seguida, dia 12, a conquista do título regional dentro da casa do rival. Já no dia 15, o empate e a vitória nos pênaltis contra o Novo Hamburgo valeu a garantia de vaga na Série D do Brasileiro. Ainda restava mais um objetivo para coroar definitivamente a campanha no segundo semestre. Mais um título. O da Supercopa. E de lambuja, a condição de enfrentar o Inter no começo de 2014 no confronto valendo a taça da Recopa.