MUNICIPÁRIOS : Moradores do Loteamento recebem contratos
A chuva não desanimou os moradores do Loteamento dos Municipários – lado ímpar da rua José Luís Quevedo da Silva – que lotaram o auditório da Escola Francisco Caruccio (antigo Caic) para receber os contratos e carnês para, enfim, serem donos das suas casas.
Os sorrisos, mesmo os discretos, entregavam a felicidade e a ansiedade de quem esperava há muitos anos pelo não-tão-simples papel. São 61 lotes – cerca de 240 pessoas beneficiadas.
Em sua fala, a prefeita Paula Mascarenhas pediu palmas ao secretário de Habitação e Regularização Fundiária (SHRF), Ubirajara Leal, e sua equipe, pela agilidade, já que o trabalho começou há apenas quatro meses, e aos moradores, pela contribuição. “Eu não esperava encontrá-los tão rápido”, afirmou. O primeiro encontro foi em maio, quando foram eleitos os representantes da comunidade que acompanhariam o processo junto à Prefeitura. “Esse não é um simples papel, ele é muito relevante, muda a vida das pessoas”, garantiu.
Leal agradeceu aos moradores e enfatizou o engajamento da equipe “mais do que nunca comprometida em garantir as moradias” a quem, de fato, já vive nas áreas irregulares. O secretário ainda alertou para a importância de, após o pagamento dos carnês, fazer o registro, pois essa é a garantia da propriedade. Ainda em 2017 outras seis áreas devem ser regularizadas pela Prefeitura. Além disso, a equipe aguarda a definição, por parte do Governo Federal, para começar o trabalho de regularização das áreas da Rede Ferroviária.
Na primeira fila do auditório estavam, bem antes do horário marcado, Joaquina Marlene Borges Lemos, que mora no local há 17 anos; Sirlei Garcia Nunes, que lá vive há oito anos; e Hilma Bonow Schumann, que não tem muita certeza, mas calcula que tenha chegado ao loteamento há cerca de 20 anos.
Quando ouvem a pergunta sobre como a regularização mudará a vida delas, a resposta é parecida. Poder arrumar a casa, não ter mais medo de perdê-la. Hilma diz que “antes a gente não tinha direito, não era da gente. Eu sempre quis registrar. Não queria viver assim”, afirma. Sirlei diz que a casa terá mais valor a partir de agora, embora não pense em vender: “vou arrumar ela, porque eu sei que é minha mesmo. Vou dar um visual bonito”, garante.
No meio de tantos adultos empolgados pela conquista estava o pequeno Lyan Bandeira Ribeiro, de 12 anos, segurando firme os documentos. Ele ainda não consegue mensurar o significado da propriedade para a família, mas sabe que é algo positivo: “eu não tenho muita ideia, mas o meu pai diz que ajuda no caso de herança, nossas casas vão valer mais quando quiserem vender”, interpreta.