Processos teóricos, criativos e terapêuticos, no seminário que será realizado no Espaço Ágape – rua Anchieta 4.480

Por Carlos Cogoy

Arte, arteterapia, bem-estar e saúde. Temática da primeira edição do seminário que terá início amanhã no Ágape Espaço de Arte. Nesta sexta, no entanto, a partir das 19h30min, será realizado o “pré-seminário”. Em destaque a participação da artista e educadora paulista Ana Alice Francisquetti, que estará lançando livro e conversando com o público. Após o seminário, com atividades pela manhã e tarde no sábado, exposição será aberta no domingo. Na galeria de arte JM. Moraes do Ágape, a partir das 18h, exposição “Pedra, Papel e Tesoura: mãos em movimento”, que reunirá criações de Ana Alice, Daniela Meine – coordenadora do Ágape -, e a argentina Angélica Shigihara. Informações: (53) 3028.4480; (53) 8438.4480. E-mail: [email protected]

RECUPERAÇÃO – Ao DM, Ana Alice Francisquetti explica sobre a proposta terapêutica que também é oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS): “A Arteterapia vem auxiliar na promoção, reabilitação e recuperação da saúde. Trata-se de um reconhecimento interdisciplinar e facilita a expressão não verbal sem preocupações estéticas. O fazer artístico favorece a comunicação diante de situações difíceis, e estimula potencialidades. Ações como desenhar, pintar e modelar, podem construir uma experiência pessoal com repercussão na vida familiar, escolar, profissional e social. Na arteterapia ou arte-reabilitação, o atendimento é para crianças, adolescentes, adultos e também idosos, podendo ser individual ou para grupos. E quase todas as patologias podem ser atendidas, dos casos leves até os mais graves, quando a pessoa perde totalmente os movimentos e a fala. Aliás, será o meu tema no seminário, pois abordarei ‘Corpo biocibernético: arte, ciência, arte-reabilitação’’’.

Obra será autografada hoje (22)

CIÊNCIA E ARTE – A pesquisadora e arteterapeuta acrescenta: “A contribuição de vários neurologistas foi fundamental para o atendimento, e entendimento, em arte-reabilitação, com base nas relações entre arte e o cérebro. Alguns neurologistas comentam que, uma vítima de acidente, pode ter várias lesões, mas continua com a possibilidade de desenhar, pintar e fazer esculturas. Tudo depende da extensão da lesão. Neurologista, fisiatras, ortopedistas, psicólogos, terapeutas ocupacionais afirmam a importância da arte para o desenvolvimento cognitivo das habilidades mente e cérebro. Segundo Selma Ciornai: ‘No campo da arteterapia, é necessário o conhecimento das linguagens simbólicas, das formas e dos materiais artísticos e sua utilização. Também conhecimento dos processos criativos e sua relação com os processos terapêuticos. E, que, no campo da terapia se tenha conhecimento de como se dão as mudanças e transformações em níveis psíquicos, como se cristalizam as defesas, partindo de uma filosofia de conhecimento, uma epistemologia que oriente sua prática. A arte-reabilitação necessita dos mesmos elementos, mais o conhecimento básico de neurologia e das patologias atendidas. Tanto a arteterapia como a arte reabilitação, são hoje recomendadas para as mais diversas situações de doenças físicas e mentais. E recebem encaminhamento de hospitais, clinicas e escolas”.

DESCOBERTA da arteterapia, conforme Ana Alice surgiu através de experiência na Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD): “Frequentando aulas, grupos de estudo, seminários e congressos de medicina da reabilitação, comecei a questionar possibilidades. Então, encontrei na arteterapia uma constante reflexão a respeito da compreensão dos processos teóricos, criativos e terapêuticos. Com isso, aprofundei experiências artísticas e ativei a criatividade. Em 1989, participei da primeira turma de arteterapia, que a professora Selma Ciornai, estava começando no Instituto Sedes Sapientiae. Posteriormente, considerando minha experiência com pacientes com lesões neurológicas, fui convidada para integrar o corpo docente. E observo que, por meio da arteterapia, desenvolvemos a cognição e conseguimos junto a outras terapias, a ampliação de funções cerebrais abaladas”.

Livro no “pré-seminário”

O volume “Arte-reabilitação – um caminho inovador na área da arteterapia” (editora Wak), foi organizado por Ana Alice Francisquetti, e integra a coleção “Arteterapia, desafios da contemporaneidade”. A coleção é coordenada por Maria de Betânia Norgren e Selma Ciornai. Nesta sexta às 19h30min, o livro será lançado na atividade que abre o seminário no espaço Ágape.

ARTETERAPEUTAS – Ana Alice que, além de diversos artigos em revistas especializadas, já publicou “Arte-Reabilitação” (editora Memnon), e organizou “Arte e medicina” pela Livraria Médica Paulista em 2005, menciona sobre o lançamento desta noite: “Fui a organizadora e contei com a contribuição de diferentes arteterapeutas. Como exemplo, um artigo de Daniela Meine, diretora do Espaço Ágape que, no texto ‘Arte na reabilitação: uma  história de reconstrução e amor’, apresenta reflexões sobre estudo de caso. Já o posfácio é autora de Angélica Shigihara, que fundou e preside a Associação de Arteterapia do Estado do Rio Grande Sul (AATERGS).

PROGRAMAÇÃO

23/ 9 – SEMINÁRIO Teórico/prático

– 8h às 12h, e das 13h30min às 19h30min

Angélica Shigihara abordará “Arteterapia e Natureza, costurando múltiplas possibilidades”

Ana Alice Francisquetti  enfocará “Cibernética: arte, ciência e arte-reabilitação”

Psicóloga e escritora Marlise Real com o tema “A Saúde dos Profissionais”

Professor e artista visual José Luiz de Pellegrin, que apresentará

“Relato de experiência em ateliê de pintura, com alunos da Saúde Mental”

Cláudia de Almeida Weingartner, com relato e vivência “Yoga para todos”

Artista visual Daniela Meine explanará sobre “Experiências transformadoras num espaço de arte”

Rose Mary Kerr de Barros ministrará a dinâmica “Saboreando as imagens de um Sonho”

Gicelma Fossati Kaster participará com o enfoque “Novas Práticas Integrativas na Saúde”

ENCERRAMENTO COM DEBATE E DINÂMICA