Gilmar Schneider destaca classificação do Pelotas e pede cautela: “Somos o azarão das semifinais”
A classificação do Pelotas para as semifinais da Copa Paulo Sant’Ana teve o poder de aliviar a tensão na Boca do Lobo, abrindo espaço para a desforra às críticas feitas no começo do trabalho. “O que mais pode se querer de uma classificação numa competição que o Pelotas nem iria jogar. É a prova que o time não era ruim. Que não era um trabalho perdido”, desabafa o presidente Gilmar Schneider.
A equipe está sem perder há cinco jogos e superou – pelo menos em três momentos – situações completamente adversas na competição. Está a dois jogos da decisão do título e de uma vaga em competição nacional (Série D do Brasileiro ou Copa do Brasil). Schneider alerta, porém, que o momento exige controle da euforia.
“Não estamos nos iludindo. Muito pelo contrário. O Pelotas é o azarão entre os quatro das semifinais. Mas não estou com medo. Se jogarmos com a mesma vontade que mostramos em Bagé, temos todas as condições de ir para a final”, afirma o presidente. Além do Aimoré, que é adversário do Lobão, os outros semifinalistas são Cruzeiro e São José.
SEM VAIDADE – Com a vaga assegurada nas semifinais, o Pelotas adia a eleição da diretoria executiva para depois do encerramento da competição. Se for finalista, irá jogar até o final de outubro. O calendário de 2018 passa por essa reta final de campeonato. Com vaga em competição nacional, o clube pode jogar a Copa do Brasil, que inicia em fevereiro. Já a Série D só começa no segundo semestre. Existe ainda a hipótese de ter apenas a Divisão de Acesso no próximo ano (caso seja eliminado pelo Aimoré).
Gilmar Schneider assumiu um mandato de transição, com a renúncia de Luiz Antônio Aleixo, que ocorreu em maio. Certamente será convidado para continuar no cargo, iniciando uma nova gestão de dois anos. “Estou ajudando o Pelotas e com muita vontade de continuar ajudando, mas não tenho vaidade de cargo”, diz o dirigente, que tem priorizado o saneamento das finanças do clube nestes quatro meses na presidência do Pelotas.
Quarteto experiente do Aimoré
Nicolas, Luiz Henrique, Faísca e Elton são os jogadores mais conhecidos no time do Aimoré – adversário do Pelotas nas semifinais da Copa Paulo Sant’Ana. O destaque é Marco Antônio, o Nuno, que já marcou 10 gols na competição.
A camisa 10 do Índio Capilé é do meia Elton (34 anos), que foi revelado pelo Grêmio e jogou também no Santos. O meio-campista passou pelo Brasil em 2014, mas, com seu estilo lento, não se adaptou ao timo da equipe então treinada por Rogério Zimmermann.
Faísca é remanescente do time que disputou a Divisão de Acesso. Jogador experiente, com passagem destacada pelo Cruzeiro de Porto Alegre. Anderson Feijão é mais um rodado no futebol gaúcho – desde o acesso do Esportivo em 2012.
Brandão é o comandante de ataque. Um jovem de 20 anos, que colocou Giovani Rosa – o mesmo que passou, sem sucesso, pelo Pelotas em 2015 – no banco de reservas. Mas foi Giovani que entrou em campo na partida de segunda-feira, diante do Ypiranga, em Erechim, para marcar o gol de empate, que levou a decisão da vaga para os pênaltis.
O treinador do Aimoré é Fabiano Borba, 39 anos, natural de Porto Alegre, que fez carreira em categorias de base, especialmente no Internacional. No seu currículo se destaca a realização de estágio no futebol italiano, com aprendizagem no Milan, na Juventus e na Internazionale.
O time-base do Aimoré é Nicolas; Anderson Feijão, Luiz Henrique, Centeno e Tiago Alemão; Digão, Gean, Faísca, Elton e Marco Antônio; Brandão. A campanha tem quatro vitórias, quatro empates e duas derrotas; 12 gols a favor e nove contra.