EDUCAÇÃO LIBERTÁRIA : Jornada com oficinas e conferências
Nesta segunda, terça e quarta, programação internacional na 2ª Jornada de Educação Libertária de Pelotas
Por Carlos Cogoy
A educação libertária e a relação com as alternativas de educação comunitária, bem como as áreas de antropologia, pedagogia, história, geografia e literatura, e os estudos de gênero e étnico-culturais. Eixos temáticos da jornada internacional que terá início nesta segunda na Ocupação Coletiva de Arteirxs (OCA) – rua Dona Mariana 1
Conforme o professor Paulo Marques (UFPel), a promoção reúne o Projeto Multiversidade Autogestionária de Aprendizagens Livres da OCA, e o Grupo de Estudos em Educação Libertária e Anarquista da UFPel. No evento, conferências, rodas de conversa, oficinas, apresentação de trabalhos e lançamento de livro. Na internet: libertariosufpel.wixsite.com/jornada. Contatos: [email protected]
PROGRAMAÇÃO nesta segunda às 19h, com a conferência “Aprendizagem própria e comunitária, apoio mútuo e coletivismo índio: A experiência dos povos originários de Oaxaca-México”. O tema será proferido pelo sociólogo João Francisco Migliari Branco. Mestre em educação pela USP, com a pesquisa “Movimento docente, insurreição popular e respostas coletivas de educação alternativa em Oaxaca-México”, atualmente cursa doutorado com a temática “Cultura e educação indígena”, e integra o Grupo de Pesquisa Poder Político e Lutas Sociais (FEUSP).
TERÇA às 19h, conferência “A Educação comunitária tradicional dos povos originários como resistência ético-política ao etnocídio da escolarização ocidental”. A abordagem será do espanhol Pedro Garcia Olivo, filósofo e escritor que se autoindentifica como antipedagogo e “crítico radical das democracias ocidentais”. Nos anos oitenta, trabalhou em cooperativas na Nicarágua. Licenciado em geografia, Olivo doutorou-se com a tese “A polícia da história científica” pela Universidade de Múrcia, onde lecionou no departamento de história moderna e contemporânea. Também foi pesquisador na Universidade de Budapeste. Durante oito anos, abandonou a carreira docente e foi trabalhar como pastor de cabras em Valência. Em 2000, publicou o livro “O irresponsável”, com críticas radicais à escola, tanto a tradicional quanto as experiências alternativas. Também escreveu “Educador mercenário, uma crítica radical às escolas da democracia”. Em 2001, conforme divulgação, regresso à docência em Alpuente. Em 2010, renuncia definitivamente à docência.
LIVROS de Olivo: “La bala y la escuela: Holocausto indígena” (2009); “El enigma de la docilidad – Sobre la implicación de la Escuela en el exterminio global de la disensión y de la diferencia”(2005); “Cadáver a la intemperie – Para una crítica radical de las sociedades democráticas occidentales” (2013); “Dulce Leviatán – Críticos, víctimas y antagonistas del Estado del Bienestar” (2014); “La gitaneidad borrada – Si alguien te pregunta por nuestra ausencia (2016); “Desesperar”(2014 em português); “O Irresponsável” (2016 em português); “O Educador Mercenário. Para uma crítica radical das escolas da democracia” (2017 em português).
QUARTA às 19h, conferência “A Educação Comunitária e Anarquista: A contribuição de Proudhon e Émilie Lamotte”, com a professora Luiza Paschoeto Guimarães, doutora em educação pela PUC/RJ. Em Volta Redonda, é docente de disciplinas pedagógicas na pós-graduação do Centro Universitário Geraldo Di Biase. Ela tem se dedicado ao estudo de Pierre-Joseph Proudhon e a educação anarquista.
RODAS DE CONVERSA: “Anarquismo e crianças: para além da escolarização”, com Olívia Pires, mestre e doutoranda em educação pela UFRGS; “O que andamos escrevendo? A escrita na academia como combate”, com Luciano Bedin da Costa, professor da Faculdade de Educação e do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social e Institucional da UFRGS, autor de “Estratégias Biográficas: biografema com Barthes, Deleuze, Nietzsche e Henry Miller” (2011); “A história da Autogestão” com o escritor Claudio Nascimento, pesquisador autodidata da autogestão.
OFICINAS: leitura encenada “Sobre a vontade de imputar: O adolescente em conflito com a lei e o problema da responsabilidade”, com o prof. Édio Raniere e o grupo de Pesquisa “Vida que vem”; vivência “Movimento de decomposição filosófica da educação”, com Guilherme Schoreder.
LIVROS que serão lançados na Jornada: “O Educador Mercenário – Para uma crítica radical das escolas da democracia” de Pedro Garcia Olivo; “O futuro de nossas crianças e outros ensaios”, com artigos de Émilie Lamotte, Elisé Reclus, Domela Nieuwenhuis, Jean Grave, Charles Ange Laisant (editora Biblioteca Terra Livre/2017) com Rodrigo Rosa (Biblioteca Terra Livre); “58 combates para uma política do Texto” (Lumme Editor, 2017), com o autor Luciano Bedin da Costa.