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quinta, 28 de novembro de 2024

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Rotina em creche oferece mais estímulo para o desenvolvimento das crianças

Rotina em creche oferece mais estímulo para o desenvolvimento das crianças
26 outubro
16:05 2017

Inédita, pesquisa encomendada pela Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal mostra necessidades e interesses de famílias em relação ao desenvolvimento das crianças

Crianças de 0 a 3 anos que frequentam a creche ou vão para a casa de alguém durante o dia têm mais rotinas que estimulam o desenvolvimento do que as que ficam em casa com pais ou cuidador. Pesquisa encomendada ao IBOPE Inteligência pela Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, instituição que tem na primeira infância seu foco de atuação, mostra que 89% das crianças que passam o dia – ou parte dele – em creches folheiam livrinhos e ouvem histórias contadas por alguém. Para crianças que ficam em casa, o percentual cai para 62%, menor também na comparação com as que permanecem parte do dia na casa de alguém – 84%. O levantamento tem o intuito de mapear as necessidades e interesses de famílias brasileiras a respeito de questões como rotina e percepção de qualidade de creches, além de traçar um perfil dos cuidadores.

O mesmo acontece com atividades como brincar ao ar livre, que faz parte da rotina de 95% das crianças de 0 a 3 anos que frequentam creche e de apenas 81% das que passam a maior parte do tempo em casa. Diferença de 14 pontos. A pesquisa mostra ainda que estar mais tempo em casa em muitos casos não quer dizer que há interação de qualidade com adultos: apenas 67% das crianças brincam, pintam ou desenham com adultos, enquanto na creche o índice sobe 91% e na casa de outros cuidadores é de 74%.

“Existe ainda um desconhecimento sobre a importância da rotina para o desenvolvimento da criança. É importante estabelecer horário para acordar, dormir, almoçar, tomar café para que a criança se sinta segura e consiga desenvolver algumas competências socioemocionais (com organização, autonomia). Mas essa rotina tem de ser associada a atividades que estimulem seu desenvolvimento, como a leitura, a interação com adultos e a brincadeira”, explica Eduardo Marino, gerente de Conhecimento Aplicado da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal. “Nesta etapa da vida, essas atividades contribuem com um componente essencial para o desenvolvimento infantil que é o afeto. É a partir da construção do vínculo, do carinho e da interação com o adulto que a criança aprende”, afirma Marino.

Sobre o desenvolvimento de crianças de 0 a 3 anos, para mais de 64%, consultas periódicas no pediatra é o item mais importante, seguido pela amamentação e o cuidado com a alimentação. O item “receber carinho e afeto” é considerado importante para apenas 17% dos entrevistados, enquanto conversar com a criança é o último item da lista, segundo as famílias.

“É importante orientar a sociedade de que desenvolvimento vai além da questão física e de saúde. A interação, o afeto, a brincadeira, a leitura são itens importantíssimos e devem ser estimulados desde antes mesmo do nascimento”, reforça Marino. A pesquisa mostra que apenas 34% dos entrevistados acreditam que a criança começa a aprender ainda dentro da barriga da mãe.

Percepções sobre as creches:

                Hoje, 67% dos responsáveis por crianças de 0 a 3 anos matriculadas em creches acreditam que essa é a melhor opção para o desenvolvimento e não mudariam a escolha. De forma geral, para os responsáveis as creches têm uma série de vantagens para o desenvolvimento das crianças, a principal, de acordo com a pesquisa é “aprender a conviver com outras crianças”, com 52% das opiniões, seguido por “Ter acompanhamento de profissionais especializados” (47%) e acesso a atividades variadas (46%). Para 20% dos entrevistados, a falta de vagas perto de casa é o principal motivo para as crianças não estarem matriculadas.

“A percepção de qualidade de uma creche é ainda limitada. Ao contrário do que acredita o senso comum, a creche deve oferecer mais do que o cuidado básico, alimentação, higiene e segurança. O desenvolvimento das crianças está relacionado à relação que elas têm com os professores e a qualificação deles. Também é preciso uma pedagogia estimulante”, pondera Eduardo Marino.

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