Férias: momento ideal para fortalecer a relação de pais e filhos
As férias chegaram e este é o período ideal para estreitar o convívio familiar, pois, durante o ano, o trabalho dos pais, a escola e a correria diária acabam deixando pouco tempo para brincadeiras e para o lazer familiar
Segundo a neuropediatra Dra. Karina Weinmann, a convivência familiar é fundamental para o desenvolvimento infantil. “Falamos muito no conceito de tempo de qualidade, mas sabemos que na prática nem sempre os pais estarão com energia e disposição para brincar com as crianças depois de um dia exaustivo no trabalho. Por isso, é preciso aproveitar esse recesso no final do ano e as férias escolares para estar mais disponível para a criança”.
Além disso, a neuropediatra alerta: nas férias os pais devem incentivar brincadeiras ao ar livre e reduzir ao máximo o uso de aparelhos eletrônicos, como celulares e computadores. “Sabemos que hoje os eletrônicos servem de “babá” para os pais. Mas, esse uso excessivo da tecnologia é muito prejudicial para crianças e adolescentes. Pode atrasar a fala, levar a criança a não aprender a interagir socialmente e se fechar. Sem contar nos prejuízos motores e na contribuição para o aumento de peso devido ao fato de ser uma atividade sedentária”, comenta a médica.
Lembranças afetivas – Os momentos em família e as férias criam memórias afetivas que a criança levará para o resto da vida. As férias ou viagens em família servem para a aproximar, fortalecer a dinâmica familiar, para viver aventuras, descansar e curtir cada instante intensamente. Esses momentos de lazer criam lembranças importantes para a criança e são fundamentais para seu desenvolvimento emocional e físico.
O que fazer com as crianças – Há muitas atividades que podem ser feitas tanto em casa, como nas viagens. Além das básicas, como jogar bola, empinar pipa, brincar de esconde-esconde, pega-pega, etc., elaboramos uma lista com algumas sugestões. Confira:
1. Explore a sua cidade: Para quem não pode viajar, a dica é explorar a cidade. Visite parques que você nunca levou as crianças, praças e outros lugares ao ar livre. Aproveite para fazer um piquenique, jogar bola, empinar pipas, levar a bicicleta. Lembre-se de interagir com a criança e ajudá-la a fazer novas descobertas, como animais, árvores, subir em brinquedos, fazer trilhas, etc.
2. Um pouco de cultura: Muitas cidades possuem museus, planetários e outros espaços que podem ser desconhecidos para a criança. Escolha de acordo com a idade e aproveite.
3. Sujar faz bem: O calor é ótimo para inventar brincadeiras sensoriais. Lama, tinta e tudo que possa incentivar o tato são ótimas atividades para trabalhar o processamento sensorial. Vale até gelatina na banheira. Sujar faz bem para a criança, ela precisa ter esse contato com terra, água, tintas e outras texturas. Comer fruta com a mão e se lambuzar também é uma ótima ideia.
4. Pequenos chefs: Organize uma receita fácil e peça ajuda da criança. Fazer um bolo, uma vitamina, etc. Lembre-se de não envolver a criança com facas ou fogo, mas o restante da receita como bater, quebrar os ovos, colocar a farinha, etc. são atividades importantes para desenvolver a autonomia.
5. Quebra-cabeça: De acordo com a idade, escolha um quebra-cabeça. Ajude a criança a montar e vá contando histórias sobre a figura. A atividade é ótima para fazer em família.
6. Massinha: Outra atividade que trabalha o processamento sensorial. Pode ser feita em casa com água e farinha de trigo. Use corantes para diversificar as cores. Incentive a criança a fazer diferentes formas.
7. Acampadentro: Uma atividade ótima é o acampamento. Você pode bolar um no quintal de um parente caso more em um apartamento. Vale contar histórias, ler livros, ouvir música, etc. Chame os amigos ou primos para se tornar ainda mais divertido.
Há outras brincadeiras que podem ser feitas, como pular amarelinha, corre cotia, dança da cadeira, estátua, morto-vivo, etc.
“O importante é que os pais interajam com as crianças e incentivem brincadeiras diferentes e ao ar livre. Claro que isso deve se repetir ao longo do ano, mas dentro das possibilidades de cada um. Brincar é essencial para o desenvolvimento infantil, mas a presença e disponibilidade emocional dos pais também”, conclui Dra. Karina.