RESSOCIALIZAÇÃO : Apenadas são inseridas nos projetos do Segunda Chance
Foi dada a largada para as 66 mulheres que cumprem pena no Regional de Pelotas (PRP) agarrarem com as próprias mãos oportunidades de ressocialização. Ontem, as apenadas foram inseridas na estratégia de prevenção terciária Segunda Chance, do Pacto Pelotas pela Paz, que passou a realizar oficinas de artesanato em cimento para a população que vive na Galeria Feminina do PRP
A equipe da Secretaria de Saúde (SMS) coordenada pelo idealizador do projeto Mão de Obra Prisional no SUS (MOP), Leandro Thurow, apresentou vídeos com tutoriais sobre artigos artesanais produzidos à base de cimento. Portas sabonete-líquido e vasos de plantas dos mais variados tamanhos estão entre as primeiras técnicas a serem aprendidas.
Nas cadeiras diante do projetor, que apresentou a proposta e lançou o desafio, um misto de curiosidade e interesse apontava o desejo de muitas: ter uma expectativa palpável para levar a vida lá fora.
“Sabemos que estamos pagando o que devemos, mas não é fácil. A gente pensa muita coisa ruim. É muito importante ocupar a mente aqui dentro e, se for para ganhar um dinheirinho depois, melhor ainda”, disse uma das apenadas.
A demanda surgiu em uma visita da prefeita Paula Mascarenhas ao Presídio onde ela conversou com as apenadas e garantiu que o Executivo estenderia as oportunidades de ressocialização do Pacto também às mulheres. A expectativa é de a aceitação feminina crescer a exemplo do engajamento masculino, que acumula cada vez mais responsabilidades de colaboração com a comunidade dentro e fora dos muros da penitenciária.
“Este projeto é o começo do que podemos fazer aqui e também na Apac (Associação de Proteção e Assistência aos Condenados) quando ela for implantada”, projetou Thurow.
O oferecimento de ações produtivas com potencial para se converter em fonte de renda futura está no topo da lista de benefícios. Este ganho fica atrás apenas da importância em tornar as penas realmente construtivas, no presente.
“Temos uma grande preocupação em proporcionar atividades para os presos, pois ocupar o tempo deles gera a queda dos atritos e conflitos internos. Estamos sempre abertos a projetos que nos ajudem a conseguir isso.” enfatizou o vice-diretor do PRP, Hamilton Martins da Silva.