O bom momento do turfe pelotense
Temporada 2017-2018 é marcada por bons resultados e pelo retorno do público ao hipódromo da Tablada
A pouco menos de dois meses do Grande Prêmio Princesa do Sul – marcado para o dia 8 de abril -, o Jockey Club de Pelotas já tem muito a comemorar, pois a temporada atual se firma como a melhor dos últimos anos, tendo como marcas principais o aumento do volume de apostas, a realização regular de corridas, a modernização administrativa e, o mais importante: a volta do público ao hipódromo da Tablada.
Desde julho já foram realizadas 15 reuniões, sendo três clássicos (os Grandes Prêmios Princesinha, Rainha da Fronteira e Cidade do Rio Grande); quatro GP’s festivos (Consolação, Diário Popular, Beneficência Portuguesa e Natal) e outras oito reuniões simples. Ao todo foram disputados 66 páreos e o movimento total de apostas chegou a R$ 561,7 mil. Este, aliás, é o primeiro ponto a ser comemorado: o aumento do volume de jogo. Na comparação a temporada passada, o volume de jogo cresceu 8,3%. Nas 15 primeiras reuniões de 2016/2017, o total de apostas foi de R$ 518,6 mil.
O recorde de apostas da atual temporada segue sendo do GP Rainha da Fronteira, que movimentou R$ 64,1 mil – quase o dobro da edição passada (2016) quando foram jogados R$ 32,7 mil.
Público de volta ao prado
O crescimento da arrecadação com poules, trifetas, quadrifetas e tríplices duplas é um reflexo direto do retorno do público ao hipódromo. A partir do GP Princesinha – disputado em 6 de agosto – a cada final de semana de corridas uma média de 1,5 mil pessoas costuma ocupar os pavilhões do Jockey Club. Esse número é maior que a média de público da Divisão de Acesso do Gauchão 2017, que foi de 298 pagantes por partida.
Em dias de Grandes Prêmios, o público costuma variar entre 1,5 mil e 4 mil espectadores, o que não fica muito distante da média geral da série A do Gauchão, que em 2017 foi de 4,3 mil espectadores. Já para o GP Princesa do Sul, a expectativa é de superar a casa dos 10 mil espectadores.
A realização de eventos paralelos dirigidos ao público em geral, como encontros de food-trucks, shows, atrações para a criançada e até uma exposição de carros antigos é apontada pelos diretores como fatores que têm auxiliado a firmar o prado como um local de lazer para as famílias nos finais de semana.
“Nosso objetivo é firmar o hipódromo como uma opção ao Laranjal, a D. Joaquim, a Duque de Caxias ou a Bento, programas tradicionais dos pelotenses aos domingos”, afirma o presidente Eduardo Abreu. O fato de a entrada ser sempre gratuita é junto, com as atrações, uma arma a mais para conquistar o público.
Mais corridas, mais público
A realização de corridas a cada quinze dias é outro fator apontado pela atual direção como responsável pelo resgate do público da Tablada e, também, a conquista de novos fãs do esporte. “Manter a regularidade na realização das provas é tão importante para a sobrevivência do clube, como para cativar um número cada vez maior de pessoas. A cada final de semana de corridas temos notado um incremento de pessoas que até então não costumavam vir ao prado, mas agora começam a colocá-lo na lista de seus programas de lazer”, avalia Leonardo Bonow Krause, membro permanente da Comissão de Corridas.
Desde o início da temporada 2017/2018 até o dia 4 de fevereiro foram realizadas 15 reuniões. Na temporada passada este número só foi atingido no dia 9 de abril.
Nova gestão valoriza modernização
A preocupação da gestão, que assumiu o clube em junho vai além de garantir a realização periódica de provas – que vêm acontecendo a cada 15 dias – ou aumentar o volume de apostas. A modernização e a adoção de boas práticas de administração têm sido outros objetivos perseguidos pelos novos diretores.
Durante o final de semana do festival do GP Rainha da Fronteira foi assinado o convênio de cooperação entre Jockey Club e a Faculdade de Veterinária da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) pelo qual estudantes e professores do curso passaram oficialmente a atuar nos exames preliminares e posteriores às corridas, bem como no atendimento aos animais antes, durante e depois das provas.
Para o presidente da Associação Pelotense de Criadores e Proprietários de Cavalos de Corridas (APCPCC), Nathan Vanier o convênio garante tranquilidade e segurança tanto para proprietários e criadores, como para o público. “Ganham todos: estudantes de veterinária, por terem acesso a diferentes casos, profissionais do turfe por terem contato direto com a equipe da UFPel, criadores e proprietários pelo suporte técnico-científico e o público pelo acompanhamento da saúde dos animais e garantia de lisura nas competições”, diz.
Além disso a atual administração tem buscado alternativas viáveis para financiar o esporte sem precisar vender o patrimônio do clube. Uma dessas alternativas é a oferta de áreas ociosas para locação por 25 anos. O edital de oferta pública está disponível no site do Jockey Club (jcpelotas.com.br) e as propostas serão recebidas até março. A venda de espaços publicitários no interior do hipódromo é outro caminho para garantir aumento de receita para financiar o esporte, já que apenas 30% de todo o volume de jogo fica nos cofres do clube. O restante é destinado ao pagamento de taxas, impostos e premiações para apostadores, jóqueis, treinadores e proprietários.
Parcerias com patrocinadores para os grandes eventos como o GP Cidade do Rio Grande, que teve patrocínio da Superintendência do Porto do Rio Grande (Suprg), é outro caminho trilhado pelos diretores e que têm dado resultados positivos.
Disputadas acirradas
Mas tanto quanto a modernização da gestão ou as atrações paralelas, o que tem atraído cada vez mais pessoas ao hipódromo da Tablada é a qualidade do espetáculo e as emocionantes disputas travadas na raia de areia de 1.600 metros. O campeonato de jóqueis é um exemplo disso. Há tempos não se tinha uma disputa tão equilibrada e emocionante.
O líder atual e campeão da temporada passada, Leonardo Gouvêa lidera com 11 vitórias – apenas três a mais que o segundo colocado Luis Fernando Santos, que tem apenas uma vitória de vantagem sobre o terceiro colocado Henrique Oliveira. Por sua vez. H. Oliveira tem apenas duas de vantagem para Claudinei Farias, que aparece em quarto lugar. O aprendiz Maikon Mesquita – aprovado para a escola de jóqueis do hipódromo da Gávea esta semana – também tem oito vitórias, mas não corre mais em Pelotas nesta temporada.
“É uma disputada muito equilibrada que chama a atenção do público e garante emoções fortes a cada final de semana”, comenta Krause. O plantel de grandes animais, que inclui nomes como July, July, July, Don Rucca, Oziel, Imperador Fatal, Vester e Maradona, além de veteranos como Market Corner, Trago y Trago, Let Me Free (vencedor do Princesa de 2017) e Grenadier (vencedor do GP Cidade do Rio Grande 2018) é outro atrativo para o público que comparece às corridas. (Texto de Álvaro Guimarães/Assessoria do Jockey Club