Horta comunitária transforma realidades no Navegantes
Projeto do Cras São Gonçalo oportuniza alimentação saudável a famílias vulneráveis socioeconomicamente
Plantar, cuidar e colher. Estes são os objetivos iniciais do projeto piloto “Unidos pelo Plantio”, desenvolvido pelo Centro de Referência em Assistência Social (Cras) São Gonçalo com o apoio da Secretaria de Assistência Social (SAS). Em cerimônia na tarde desta quarta-feira (11), as famílias atendidas participaram da primeira colheita de hortaliças e legumes, produzidos por elas mesmas. O que é plantado pelos integrantes do programa é levado por eles para casa.
Com o tempo, a ação foi além das metas estabelecidas e passou a oportunizar conhecimentos sobre agricultura e alimentação saudável, além de incentivar a criação de hortas caseiras e alimentar pessoas em situação de vulnerabilidade socioeconômica.O projeto começou em junho de 2016 com a contribuição do extensionista da Emater/RS, André Perleberg, por meio de oficinas sobre plantio orgânico e cultivo de ervas medicinais, direcionadas às famílias acompanhadas no Cras São Gonçalo.
O trabalho principiou devagar, mas nos últimos 60 dias recebeu destacado apoio, por meio do secretário de Assistência Social, Luiz Eduardo Longaray, e de seu assessor especial, Jader Prestes. A destinação do técnico agrícola, Antônio Soares, para prestar informações técnicas aos “novos” agricultores, tem feito a diferença no resultado obtido até o momento.“A ideia é que os agricultores familiares possam receber, além do apoio social oferecido pela equipe técnica do Cras São Gonçalo, ajuda ao sustento por meio dos produtos colhidos”, destacou o assessor especial, Jader Prestes.
O que é plantado pelos integrantes do programa é levado por eles para casa.
A equipe do Centro de Referência, antes do Unidos pelo Plantio, recebia e encaminhava as pessoas para os programas sociais, conforme comentou a assistente social Maria Isabel Arndt. Com o projeto precursor, as 11 famílias e cerca de 40 pessoas impactadas, possuem a oportunidade de complementar a alimentação com produtos orgânicos colhidos na horta. A próxima meta é expandir a ideia para outros locais, repassando o conhecimento às demais comunidades.O programa recebe assessoria das Secretarias de Desenvolvimento Rural (SDR), de Obras e Pavimentação (Smop) e de Serviços Urbanos e Infraestrutura (Ssui), além de manter parceria com a Emater/RS e com o banco Sicredi.
Colhendo saúde na horta
As hortas comunitárias surgiram da apropriação de espaços públicos sem uso, que podem se transformar em ambientes para a produção de alimento por meio do trabalho voluntário. O projeto Unidos pelo Plantio começou dessa maneira, como opção de atividade aos moradores atendidos no Centro de Referência do bairro Navegantes. Para a dona de casa Elisabete Veiga, atendida pelo Cras São Gonçalo, o programa trouxe muito mais do que alimento para o prato da família: ganhou qualidade de vida. “Nós somos pobres e contamos muito com o apoio recebido aqui no Cras. O que é produzido na horta da comunidade faz muita diferença na comida que sirvo para minha família, mas, principalmente, garante que vou conseguir me alimentar melhor e diminuir os problemas de saúde”, comentou a moradora do bairro Navegantes.
Próximos passos
A intenção é expandir o projeto para outros Centros de Referência do Município, como o Cras Três Vendas, por exemplo. Outra possibilidade é a Casa de Acolhida – lugar destinado a mulheres que sofreram abusos –, que pode receber a horta comunitária como atividade de lazer às moradoras do espaço.Outra possibilidade do programa é comercializar os gêneros alimentícios excedentes do plantio, tendo o resultado das vendas revertido para a compra de materiais e sementes necessários ao prosseguimento dos trabalhos.
