Diário da Manhã

Sexta às 20h na Casa do Trabalhador – Santa Cruz 2.454 -, edição do circuito Dandô que receberá o músico Murilo Silvestrim

Por Carlos Cogoy

Quero me encontrar com quem fui, vou lhe perguntar: quem você será? Verso da música “Encontrar”, composição do paranaense Murilo Silvestrim que, amanhã, estará se apresentando pela primeira vez em Pelotas. Ele chega à cidade, através do intercâmbio e integração, possibilitados pelo Dandô Circuito de Música Dércio Marques. Na Casa do Trabalhador – rua Santa Cruz 2.454 -, a partir das 20h, acontecerá a recepção a cargo da anfitriã, professora Eliane Pederzolli, que estará divulgando a “Dança Circular”. A apresentação conta com apoio cultural: SINASEFE; Chapper & Cavada Sociedade de Advogados; Essência de Vida; RádioCOM 104.5; ECO restaurante; SIMSAPEL; Sindicato dos Bancários; Sindicato dos Metalúrgicos; Adufpel; Bem da Terra; CPERS-Sindicato. Ingresso a R$10,00.

PARANAENSE Murilo Silvestrim integra a Orquestra Latino-Americana (OLA)

PEDRO OSÓRIO – No sábado às 21h, o compositor e músico paranaense estará em Pedro Osório. Sobre a estada na região, Murilo observa: “Estou com muita expectativa. Eu sou do sul e gosto desse povo, de estar com a nossa gente. Ouço muito sobre a lendária figura do Santana em Pedro Osório, um guerreiro da música autoral. Duglas em Pelotas gosta de música latino-americana e, em Curitiba, faço a direção instrumental da Orquestra Latino-americana. Acho que vamos ter trocas interessantes. Também a admiração pela obra de Vitor Ramil, e a estética do frio. Então, ansioso e feliz”. Na cidade vizinha, a apresentação terá como anfitriões, os artistas Damiana Caldeira e Paulo Ribeiro. Como local, o Centro Cultural Paschoal Marchese – rua Arroio Grande 47. Apoio cultural da Prefeitura de Pedro Osório.

SONHAR – Murilo acrescenta: “Moro na capital do Paraná. Dou aula para crianças, trabalho com grupos e a orquestra Latina. Componho torrencialmente, escrevo prosa e poesia. Aliás, estou preparando meu primeiro livro de poesias, com questionamentos complementares ao segundo disco ‘Encontrar’ [inédito]. A ideia é integrar um lançamento coletivo, com nome de ‘Viagem ao início das coisas’. Tomo café, vejo e ouço os pássaros. Converso com amigos e pessoas. Viajo e tenho fascínio pela estrada, e essa energia antiga que a conecta à música, como a canção ‘com a roupa encharcada e a alma repleta de chão’. Penso e fico em silêncio. Música é a única saída para o meu ser. Rainer Maria Rilke já eluciadava com maestria em ‘Cartas à um jovem poeta’, que a arte nos escolhe, e que, se não há nenhuma outra saída, se já tentaste de tudo, ‘voltais à arte e lutais essa guerra’. Faço música pois acredito num mundo mais belo, justo, igualitário, democrático, que valoriza a diferença, que se respeita. Acredito na força da arte em construir cultura, e tocar fundo no coração das pessoas. Me entrego a isso. Sou um sonhador. E um romântico. Vivo feliz por ser artista. Inspiro-me em todos que já se foram, e assumo esse legado”.

SHOW terá como base o primeiro disco Prisma, lançado há dois anos. Murilo mostrará o repertório do disco, que tem músicas como “Tocando a vida”, “Deixa chover”, “Imensidão”, “Menino de mim”, “Tudo que há de ser” e “Casa de Verão”. Conforme o músico, também serão interpretadas músicas do segundo disco “Encontrar”, que está em fase de pré-produção e gravação. Do disco, composições como “Flor Ribeira”, “Mudando”, “Agosto” e a milonga “Supersônico”. Em destaque a interpretação de música do pelotense Vitor Ramil. Murilo ressalta: “Pretendo fazer uma canção do Vitor Ramil. Provavelmente Satolep, pois me marcou profundamente na alma e sempre esperei o dia de conhecer essa cidade, confrontando meu imaginário poético, e buscando cada vez mais um mergulho em mim, algo que sinto na música do Vitor”. Na Casa do Trabalhador, show com duração de uma hora. O CD “Prisma” poderá ser adquirido a R$20,00.

POÉTICA – O artista paranaense menciona: “Sou compositor, essencialmente, apaixonado com as canções de todas as coisas, inclusive as de não se ver. Meu trabalho tem uma conexão profunda com a natureza, pois fui criado com essa educação e olhar. Sou louco por pássaros. Falo das relações afetivas, das memórias individuais e coletivas, da infância, do silêncio, do meu caminho. É um trabalho, também, muito autobiográfico. Mergulho na poesia e busco refiná-la pra um dia domar a linguagem das minhas inquietações. Sou rigoroso quanto a isso e aos conceitos. Os dois discos têm isso muito claro. Mas também sei que o ouvinte precisa criar sua própria viagem e caminhos com o som”.

PRISMA (Foto), foi o disco de estreia de Murilo Silvestrim. Lançado em 2016, o disco tem oito faixas, e é dedicado à memória de João Carlos de Paula Rodrigues e Mário Silvestrim. A gravação ocorreu entre setembro de 2014 e março de 2016.