Comandantes da turma do interior
Apenas a Dupla Gre-Nal não confirmou técnico para próximo ano. Os demais 14 clubes da primeira divisão já fizeram sua escolha
Em 48 dias começa a disputa do Campeonato Gaúcho de 2014. Os times do interior (incluindo São José e Cruzeiro, que são de Porto Alegre) já se preparam para a competição. A Dupla Gre-Nal nem pensa ainda nesse Gauchão. O Grêmio tenta se garantir diretamente na fase de grupos da Libertadores e o Internacional necessita espantar totalmente o risco de rebaixamento no Brasileiro. Assim, os dois são os únicos que ainda não confirmaram técnico para a próxima temporada.
Os catorze técnicos das demais equipes estão definidos. Todos têm mais ou menos o mesmo objetivo: primeiro, evitar o rebaixamento (três equipes caem para a segunda divisão); depois, chegar entre os quatro primeiros de cada grupo para disputar as quartas de final; e mais distante – quase inalcançável – o sonho do título estadual. Nesta corrida do Gauchão, todos partem do mesmo ponto, mas poucos chegam ao final da competição no mesmo posto. A maioria é substituída pelo caminho na medida em que os resultados não são favoráveis.
No ano passado, além de Dunga no Inter e Vanderlei Luxemburgo no Grêmio; a Dupla Ca-Ju (Pícolli e Lisca), Lajeadense (Flávio Campos), Esportivo (Luís Carlos Winck) e São José (Agenor Piccinin) foram os poucos clubes que não trocaram de treinador ao longo do Gauchão.
Técnicos de primeira
Internacional – Clemer já fala em tom de despedida do clube. Abel Braga deve ser confirmado. O clube vai priorizar a pré-temporada e, por isso, pelo menos nas quatro primeiras rodadas, a equipe sub-23 (treinada por André Döring) irá disputar o Gauchão.
Grêmio – Renato Gaúcho não acertou ainda a renovação de contrato. A tendência de permanência se fortalece com a garantia de vaga na Libertadores. O Campeonato Gaúcho fica naturalmente em segundo plano, pois a prioridade é a competição sul-americana. Se Gaúcho não continuar no clube, Gilmar Dal Pozzo, da Chapecoense, é o cotado para comandar a equipe em 2014.
Juventude – Lisca deixou o clube, logo após colocar o Juventude na Série C do Brasileiro. O substituto é Geraldo Delamore (foto), que foi auxiliar do técnico Tite por muito tempo. O clube fechou parceria com a OAS, que pretende investir R$ 200 milhões em 20 anos de contrato.
Caxias – A aposta é na continuidade. Edemar Antonio Pícolli está no comando da equipe grená desde 2012. E vai continuar no Gauchão (seu segundo pelo clube).
Pelotas – Paulo Porto foi contratado em julho. Nos primeiros quatro meses já mostrou que é um dos principais técnicos gaúchos, ganhando dois títulos: Copa Sul/Fronteira e Supercopa Gaúcha. E mais: colocou o Pelotas na Série D do Brasileiro. Entra com moral elevado no Gauchão.
Brasil – Rogério Zimmermann é o grande expoente do Brasil nesta volta do clube à primeira divisão. Com liderança incontestável, é ele que dita todas as ações do futebol rubro-negro. Repetindo 2004, Zimmermann recolocou o clube na primeira divisão. No dia 22 de maio, o treinador completa dois anos de sua volta ao Bento Freitas.
Aimoré – Benhur Pereira tem história no Aimoré. Ele foi capitão do time que subiu para a primeira divisão em 1987. Já em 2013, como treinador, recolocou o Índio Capilé na elite do futebol estadual. No ano passado, ele salvou o Cruzeiro do risco de rebaixamento.
Esportivo – O clube de Bento Gonçalves resolveu inovar. Formou parceria com empresários e a comissão técnica veio de fora do estado. O treinador é Emerson Ávila, mineiro, que começou na base do Cruzeiro e até dirigiu em alguns momentos o time principal. Treinou as seleções de base (categorias sub-17 e sub-20).
Lajeadense – Foi o último clube a definir treinador. O contratado é Fabiano Daitx, que já fez bons trabalhos na Divisão de Acesso – como o realizado no Guarany de Camaquã em 2011. No ano passado, teve uma chance na primeira divisão pelo Cerâmica, mas não resistiu muitas rodadas.
São José – Beto Campos (foto) é um dos treinadores rodados pelo interior gaúcho. Ele chegou ao Passo D’Areia no começo do segundo semestre deste ano e levou o Zequinha à final da Copa Willy Sanvitto, perdendo o título para o Novo Hamburgo.
Veranópolis – Acostumado a fazer boas campanhas no Gauchão, o VEC passou por um susto em 2012. Depois de ser o lanterna no primeiro turno, o time reagiu na segunda fase com a chegada do técnico Julinho Camargo. O que deu certo será mantido para o próximo Campeonato Gaúcho.
Cruzeiro – O modelo de fazer futebol mudou. A base, que permitiu o acesso do clube em 2010 foi desfeita. O Cruzeiro está na mão de empresários, incluindo Assis Moreira, irmão de Ronaldinho Gaúcho. O técnico é o carioca Luís Antonio Zaluar.
Novo Hamburgo – O time anilado conquistou dois títulos no segundo semestre de 2013: Copa Willy Sanvitto e Copa Metropolitana. A consequência do primeiro título é a garantia de vaga na Copa do Brasil deste próximo ano. O técnico Itamar Schulle (foto) continua no Estádio do Vale. Ele está no clube desde o primeiro turno do Gauchão passado, quando substituiu Gilmar Iser.
Passo Fundo – O técnico é Luis Carlos Winck, que, no ano passado, dirigiu o Esportivo, depois de ter colocado o clube de Bento Gonçalves na primeira divisão. O ex-lateral chegou ao Vermelhão da Serra em julho e, meses mais tarde, ganhou o título da Copa Serrana.
São Luiz – O time de Ijuí começou cedo sua preparação para o Gauchão. E confiou a missão ao experiente Beto Almeida, que tenta repetir no 19 de Outubro a grande campanha feita com o Pelotas em 2010.
São Paulo – Depois de 12 anos, o clube de Rio Grande voltou à primeira divisão. Mas o plano é de mudança total no Aldo Dapuzzo – desde a diretoria, passando pela comissão técnica e grupo de jogadores. A tarefa de remontar o elenco são-paulino é de Agenor Piccinin (foto), que se orgulha de ter levado o Santa Cruz e o Ypiranga de Erechim aos mata-matas de Gauchões anteriores. No ano passado, ele estava no São José, que chegou a ser a sensação do primeiro turno.