Vigilância Sanitária alerta sobre cuidados ao comprar mel
Produto pode trazer problemas à saúde, como o botulismo infantil – uma doença que afeta o sistema neurológico sobretudo em crianças
O Departamento de Vigilância Sanitária (Visa) da Secretaria de Saúde (SMS) alerta a população sobre a necessidade de comprar mel que seja inspecionado e que siga as normas sanitárias, tanto na sua fabricação quanto na comercialização. O objetivo é prevenir e educar as pessoas para que não comprem gêneros alimentícios fraudados, que podem causar doenças graves nos consumidores, sobretudo em crianças.
Produto natural elaborado por abelhas, a partir de néctar de flores e/ou exsudatos sacarínicos de plantas, o mel desempenha um papel importante na dieta humana, tendo destaque na indústria dos produtos naturais pela sua atividade antioxidante e antimicrobiana. Ele pode ser classificado de acordo com seu processo de obtenção e com suas características físico e químicas.
Em farmácias, mercearias e pequenos supermercados é fácil encontrar um produto que pode causar danos à saúde dos consumidores: é o mel falsificado, apresentado em algumas marcas, inclusive com registro adulterado.
A Vigilância Sanitária destaca cuidados que devem ser observados na aquisição do produto e no seu consumo:
- O mel não poderá conter substâncias estranhas à sua composição normal, nem ser adicionado de corretivos de acidez.
- Poderá se apresentar parcialmente cristalizado, mas não apresentar caramelização nem espuma superficial.
- É permitido o aquecimento do mel até o máximo de 70ºC, desde que seja mantida a sua atividade enzimática.
- É proibida a adição de corantes, aromatizantes, espessantes, conservadores e edulcorantes de qualquer natureza, naturais e sintéticos.
Selos que garantem a qualidade
Para uma indústria/agroindústria ser autorizada a comercializar produtos de origem animal, como no caso o mel, é necessário receber um dos três selos de inspeção:
- O Sistema de Inspeção Municipal (SIM) concedido pelas prefeituras, que permite a comercialização dentro dos respectivos municípios;
- O selo da Divisão de Produtos de Origem Animal (DIPOA), emitido pela Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio do Estado do Rio Grande do Sul, que viabiliza a comercialização entre municípios dentro das fronteiras do estado;
- O Sistema de Inspeção Federal (SIF), concedido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que possibilita a comercialização dentro e mesmo fora do país.
Mel sem inspeção oficial não pode ser comercializado em hipótese alguma, já que este produto pode trazer grandes problemas à saúde, como o botulismo infantil – uma doença que acomete lactantes, causada pela ingestão de alimentos contaminados com a bactéria Clostridium botulinum, produtora da toxina botulínica, que afeta o sistema neurológico das crianças. Os registros relacionados a essa doença indicam o consumo de mel como responsável por aproximadamente um terço dos casos em bebês.
Contaminação química e microbiológica
A fim de evitar produtos que tenham contaminação química ou microbiológica, a Visa recomenda que os consumidores não adquiram mel que não contenha rotulagem conforme os parâmetros legais estipulados pela Agência Nacional de Vigilância sanitária (Anvisa) e que não apresente pelo menos um dos três selos (citados acima), que garantem que o produto foi oficialmente inspecionado.