VOLUNTARIADO : Justiça Restaurativa para alcançar a paz
Reunidas, dia 23, no Colégio Municipal Pelotense, cerca de 30 pessoas, das mais diversas faixas etárias e profissões, conversaram sobre a crescente violência nas comunidades e de como cada um pode contribuir para que a paz seja realidade a mais pessoas.
“Eu estou aqui não apenas por mim, mas por meus filhos. Quero dar a eles a possibilidade de ter a mesma infância tranquila e saudável que tive”, dizia uma mãe, “e eu quero dar sentido a todo o meu conhecimento que acumulei nesses anos todos no serviço público”, confessava um aposentado, ambos participantes do programa Voluntários da Paz.
O círculo teve seu ápice quando foi apresentada a experiência de Caxias do Sul, pela voluntária Katiane Boschetti da Silveira, coordenadora do projeto naquela cidade, que vem formando pessoas para trabalharem com situações não conflitivas em que é necessário um espaço de diálogo e de empatia. Desde a sua criação em 2016, quase mil pessoas foram capacitadas para a pacificação de conflitos, através de parceria da Prefeitura de Caxias do Sul, Universidade de Caxias do Sul (UCS), Fundação Caxias e o Poder Judiciário. Uma delas, Karla Eckert Reckziegel, que empolgou a todos os presentes com sua fala sobre o voluntariado que exerce em Caxias.
“Também aqui não queremos que o programa tenha as instituições como protagonistas. O que se pretende é que a sociedade se empodere das técnicas da autocomposição – como os círculos da Justiça Restaurativa – para que em toda a parte de Pelotas haja a possibilidade de um diálogo produtivo e não violento. As instituições devem funcionar como um impulso, mas os Voluntários serão os protagonistas de uma Pelotas pacificada”, afirmou o magistrado e professor Marcelo Malizia Cabral, que fez questão de frisar “aqui, não estou nem como juiz e nem como professor, estou aqui como voluntário da paz”.
“Eu cheguei aqui a convite de outra pessoa, que não me explicou muito bem o que era o programa. Vim mais na curiosidade. Mas, ouvindo tantos relatos de pessoas que já trabalham pela pacificação, percebi que eu também sempre fui uma agente da paz. Vou convidar mais amigas!”, comprometeu-se, entusiasmada, uma nova voluntária.
Nos próximos dias serão definidos os critérios para a formação da primeira turma voltada à aplicação das técnicas de facilitação de diálogos em situações não conflitivas.
Outras informações podem ser obtidas no blog voluntariosdapaz.blogspot.com ou pelo e-mail[email protected]