DEBATES: UFPel sem recursos para o Hospital Escola
A audiência pública realizada na segunda-feira, na Câmara de Vereadores de Pelotas, foi mais um episódio do ciclo de debates sobre a proposta da reitoria da UFPel de assinatura de contrato de entrega da gestão do Hospital Escola à EBSERH.
A audiência foi convocada pelo vereador Marcus Cunha e contou com a participação do reitor Mauro Del Pino, da diretora do Hospital Escola, Julieta Fripp, do representante da Frente Nacional Contra a Privatização da Saúde, Cláudio Augustin e da professora da Universidade Federal Fluminense, Claudia March.
VEREADOR Marcus Cunha coordenou audiência na Câmara
NA ABERTURA da mesa o reitor, Mauro Del Pino, apresentou estatísticas sobre a dívida do hospital e sustentou sua defesa da adesão à empresa na falta de recursos para administrar o HE, na garantia dos empregos dos trabalhadores precarizados e no projeto de construção do novo hospital. Após a fala do reitor, o representante da Frente Nacional Contra a Privatização da Saúde, Cláudio Augustin, contrapôs o reitor lembrando que a nossa constituição permite a criação de empresas públicas objetivando apenas, e tão somente, atividades econômicas, ou seja, a EBSERH é ilegal na sua criação, estando assim sujeita a ser descontinuada em um próximo momento.
A diretoria do Hospital Escola, Julieta Fripp, utilizou sua fala para justificar a empresa na importância do Hospital para a comunidade regional, mantendo o argumento de que a adesão seria a única saída para a continuidade dos cursos da saúde e do próprio Hospital.
Ao final, a professora da UFF, Claudia March, explicou para a mesa e para os demais presentes, o violento ataque ao sistema único de saúde que a EBSERH representa e lamentou a posição da administração de se colocar ao lado de uma proposta chantagista do governo e não ao lado da sua comunidade. Aceitar que o hospital seja construído através de chantagem é entregar a autonomia universitária.
O vereador Ricardo Santos (PDT), encaminhou para a mesa uma moção de apoio aos funcionários da FAU, que estão ameaçados de demissão, e outra moção de repúdio à EBSERH.
UM PRÓXIMO debate está marcado para o dia 11 de dezembro, durante a manhã, na FAEM e, à tarde, na Faculdade de Medicina (das 17h às 20h). Na manhã do dia 12/12 ocorrerá uma terceira atividade, ainda compondo o ciclo de debates, no Hospital Escola da UFPel.
A realização das atividades é resultado de um ano de uma intensa campanha das entidades cobrando da reitoria a ampliação do debate sobre o tema que ainda é desconhecido para boa parte da comunidade, a principal afetada pela adesão.
