Brasil recupera suas principais virtudes
A tabela de classificação da Série B do Campeonato Brasileiro exigia uma vitória do Brasil diante do Avaí, terça-feira, no Bento Freitas. Os três pontos não foram conquistados, mas o empate teve o sabor de um triunfo obtido com capacidade de superação e virtudes técnicas. Dizer que o time rubro-negro tem uma outra “cara” não é mero discurso. Hoje é uma equipe capaz de pressionar um adversário forte – mesmo com um jogador a menos -, merecendo mais do que o empate. O justo seria a virada.
O Brasil vivia uma crise de identidade. Tinha abandonado o estilo competitivo de anos anteriores (era Zimmermann) para jogar com a bola no chão – inclusive, diminuindo a estatura de seus jogadores. O novo modelo de jogo deu certo no Gauchão, mas perdeu o rumo no Brasileiro – até porque faltava qualidade técnica para abdicar da força física. Com Gilmar Dal Pozzo, o Brasil recuperou o estilo que se enquadra muito melhor no perfil xavante. Voltou a ter a bola área como uma arma poderosa. E apesar da situação complicada na tabela de classificação, está confiante. Busca gols nos minutos finais das partidas. Ou seja, acredita até o fim.
ZAGUEIROS – Os últimos três gols foram marcados pelos zagueiros (Leandro Camilo (dois) e Rafael Dumas). Todos assinalados por volta dos 40 minutos do segundo tempo. Dois deles em cobrança de escanteio. A bola alta volta a ser um tormento para os times que jogarem com o Brasil, especialmente no Bento Freitas. Convém lembrar que o principal artilheiro do time segue sendo o lateral direito Eder Sciola.
A façanha dos defensores/artilheiros ganha relevância em função da do baixo desempenho dos atacantes, principalmente dos centroavantes. É verdade que Luiz Eduardo continua insistindo. Não se omite nunca. Poderia ter feito um gol antológico contra o Avaí. Aranha fez uma monumental defesa.
Pereira foi exagerado nas duas faltas. Expulsão justa. Também exagerada a reclamação de Dal Pozzo ao árbitro. Perdeu tempo de enaltecer (ainda mais) a grande atuação de sua equipe no segundo tempo, passando por cima até mesmo do desgaste físico do jogo anterior (três dias antes). Na terça-feira, contra o Paysandu, repete-se a necessidade de vitória. Jogando desta forma, os resultados vão aparecer e o risco de rebaixamento vai se afastar. Mas o risco de queda vai se desfazer aos poucos. Ainda com sofrimento.