O domingo (26) foi de valorização do patrimônio cultural de Pelotas. Mais de cinco mil pessoas passaram pelo jardim do Castelo Simões Lopes (avenida Brasil, 824) e cerca de mil fizeram visita guiada ao castelo, mas ninguém parecia se incomodar com a longa fila. Para atender aos que não conseguiram entrar, um cronograma de visitação será divulgado nos próximos dias.
Grande público compareceu ao evento no Castelo Simões Lopes
O prédio histórico, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (Iphae), começará a ser restaurado com recursos de quatro empresas – Arrozeira Pelotas, SLC Alimentos, São Bento e Camil – por meio da Lei de Incentivo à Cultura (LIC). A obra também está apta a receber recursos de pessoas físicas ou jurídicas, por meio da lei Rouanet.
A iniciativa lança oficialmente o começo das obras de restauração do prédio e espaço, que estão sendo viabilizadas por meio de uma parceria público-privada entre a Prefeitura e o Instituto Eckart, vencedor da licitação para uso criativo, revitalização e restauro.
Além de conhecerem o jardim do Castelo, onde a maioria das pessoas ficou, e o prédio antes do restauro, o espaço ofereceu atrações culturais, como a apresentação do Clube do Choro, rodas de capoeira, e exposições como de escritores, fotógrafos, produtores rurais, dos patrocinadores, alimentação, brechó e confecções – inclusive com desfile da produção do grupo Kanimambo, que gera trabalho e renda a imigrantes senegaleses instalados em Pelotas.
Sobre o grande público presente, que surpreendeu os organizadores, a prefeita Paula Mascarenhas disse que as empresas envolvidas estão conhecendo a população de Pelotas e como ela reage quando lhes é oferecido um projeto de valor.
Pedra fundamental foi lançada
“Faltava saber o que o restauro significava para a população, e hoje vocês deram a resposta. Nem nas melhores expectativas se esperava cinco mil pessoas aqui, trazendo o seu apoio”, ponderou a prefeita.
Para o secretário de Cultura, Giorgio Ronna, o público presente demonstra o apreço da comunidade pelo seu patrimônio histórico.
Paula falou dos anos de trabalho até que aquele momento chegasse. Sobre a busca de alternativas até que se encontrou uma lei no Rio de Janeiro que trata do “uso criativo”, por meio de uma parceria público privada (PPP). “Não foi por acaso que os parceiros foram estes, já que uma das ideias é criar aqui, em uma parte do Castelo, o museu do arroz, que tem uma forte relação com o município, de riqueza e desenvolvimento”, disse a prefeita. Sobre o castelo ela lembrou que ele estava ruindo, e é obrigação do município mantê-lo, já que faz parte da história e memória da cidade. “É nossa obrigação mantê-lo, buscando alternativas para que ele volte a resplandecer”.
Pelo grande número de pessoas interessadas em conhecer a parte interna do Castelo, o tempo das visitas precisou ser reduzido de 20 para cinco minutos, para que mais pessoas pudessem participar.
Apesar da longa fila, a família da jaguarense Maria Alice Fouchy não se intimidou. “Foi rápida e bem organizada”. Ela conta que quando chegou a Pelotas, há 24 anos, quis conhecer o castelo. Quando viu a notícia da abertura para visitas, chegou em casa e comunicou que seria a programação de domingo. A filha, Ana Carolina, estava ansiosa pelo momento de entrar. “Tô gostando”, garantiu.
O corretor de imóveis, Mário Roberto Fraga, levou as cadeiras de praia, com a esposa, e assistia ao show de choro.
“Que este evento seja o primeiro de muitos. É uma grande iniciativa a recuperação. A cidade só tem interesse em manter este espaço maravilhoso. Caiu do céu”, disse.