DANÇA TEATRO : Homenagem a Caio F. Abreu e dez anos do curso de teatro
Sexta e sábado às 19h30min, apresentações do espetáculo “Sem Ana”
Por Carlos Cogoy
No dia 12 de setembro, o autor Caio Fernando Abreu completaria setenta anos. Em 2016, quando transcorreu o vigésimo aniversário do falecimento, houve várias abordagens sobre a sua criação literária. Em Pelotas, o ator e professor Daniel Furtado (UFPel), estreou o espetáculo solo “Sem Ana”. O texto é baseado no conto “Sem Ana, blues”, de Caio F. Abreu. Nesta semana, a montagem de dança-teatro será retomada, com apresentações gratuitas na sala Carmem Biasoli – rua Alm. Tamandaré 301. As apresentações serão sexta e sábado às 19h30min, e as senhas poderão ser retiradas a partir das 19h.
UFPEL – Além de reverenciar a memória do escritor e jornalista gaúcho, a retomada da montagem também homenageia os dez anos do curso de teatro da UFPel. Conforme divulgação, o trabalho integra o projeto de pesquisa “O ator e o teatro contemporâneo”, e conta com apoio do Núcleo de Teatro da UFPel.
DANÇA TEATRO – O professor Daniel Furtado explica: “A encenação tem como base a linguagem da dança-teatro, onde texto, movimento, dança e interpretação se fundem para contar a história. O texto fala sobre o amor, a perda e o sempre difícil recomeço, e o espetáculo busca, através de uma montagem intimista, que valoriza o contato direto com o público, falar diretamente aos corações dos espectadores, expondo experiências e emoções que são comuns a todos nós”.
PESQUISA – O trabalho é fruto de uma longa pesquisa, tanto nas áreas de teatro e dança, como em adaptações de textos narrativos para a cena, ou transcriações, termo cunhado por Haroldo de Campos, e conceito que norteia minha dissertação de mestrado na UFMG, já publicada em livro. E observo que a passagem de um texto narrativo para a cena teatral é algo mais amplo e complexo que uma adaptação. Trata-se de um processo de criação, de tradução entre linguagens diferentes, a literária e a do palco, daí transcriação, termo criado para se referir à tradução poética”.
TÉCNICA – Daniel é o autor da concepção, bem como iluminação. Na assistência de direção, Maria Falkembach, cenário de Helene Sacco e figurino criado por June Martino. Já a assistência na coreografia da dança de salão, foi de Flávia Marchi. O projeto gráfico é assinado por Valder Valeirão (Nativu Design).
CAIO FERNANDO ABREU, gaúcho de Santiago, jornalista e escritor, que faleceu há 22 anos em decorrência de complicações causadas pela AIDS, completaria setenta anos neste mês. Egresso da UFRGS, onde estudou letras e artes cênicas, trabalhou em revistas como Manchete e Veja, e jornais como Folha de S. Paulo e O Estado de São Paulo. No começo da década de setenta, exilou-se na Europa. Entre os livros publicados: “Inventário do Irremediável”; “O ovo apunhalado”; “Pedras de Calcutá”; “Morangos Mofados”; “Os dragões não conhecem o paraíso”; “Ovelhas Negras”; “Triângulo das Águas”; “Limite branco”; “Onde andará Dulce Veiga?”.