LAGOA DOS PATOS : Poluição invisível pelos microplásticos afeta as praias
Resultados de uma pesquisa conduzida pelo Professor Eduardo Saldanha Vogelmann e o estudante Vitor Rodrigues Alegrini, na Universidade Federal do Rio Grande, Campus São Lourenço do Sul, revelou resultados intrigantes e inéditos em relação a poluição das areias das praias de São Lourenço do Sul
A pesquisa conduzida em 2018 buscava além de quantificar a quantidade de resíduos descartados inadequadamente na superfície das praias do município, também verificar a presença de microplásticos, partículas derivadas do processo de decomposição dos resíduos plásticos. Para facilitar o entendimento desse conceito podemos citar o caso de uma simples sacolinha plástica que descartada no ambiente fica exposta a ação da radiação solar e outros processos que promovem a sua degradação. A sacolinha não vai desaparecer de repente do ambiente, mas vai lentamente sendo quebrada em partículas menores e menores, resultando no que chamamos de microplásticos.
Em São Lourenço do Sul, o lugar onde se encontrou a maior quantidade de microplásticos foi na praia do Camping Municipal, local que historicamente é muito utilizado por turistas e que fica na foz do Arroio São Lourenço, córrego que historicamente corta a região mais densamente povoada e provavelmente recebe mais resíduos. Ressalta-se que nessa praia foram encontrados 168 microplásticos por m², isso significa que é praticamente improvável que se consiga encher as mãos de areia sem estar coletando ao menos um microplástico. Esse resultado foi negativamente surpreendente pois revela a alta incidência de resíduos plásticos, resíduos esses imperceptíveis a olho nu que silenciosamente vão se aglomerando e poluindo o ambiente. Além disso, também foram encontrados microplásticos nas praias da Barrinha (próximo a figueira) e Pedra Mole, essa última um local afastado e pouco frequentado por turistas, mas que também apresenta evidências da poluição por resíduos plásticos.