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SEMANA AFRICANA : Relações entre o continente africano e o Brasil

SEMANA AFRICANA : Relações entre o continente africano e o Brasil
23 maio
08:57 2019

Quinta, sexta e sábado, acontecerá a 2ª Semana Africana de Pelotas, com debates, comunicações e relatos na UFPel

Rui Delgado é do Cabo Verde

Rui Delgado é do Cabo Verde

Numa iniciativa de africanos que estudam na UFPel, em parceria com o Centro Acadêmico de História, amanhã terá início a programação da segunda edição da Semana Africana de Pelotas. Como tema geral “As relações entre o continente africano e o Brasil”.

O estudante de história Rui Delgado, é de Cabo Verde, e foi um dos idealizadores da primeira edição. Ele acrescenta: “Queremos ressaltar a importância da celebração do Dia Internacional da África – transcorrerá dia 25 deste mês – e principalmente, fazer uma reflexão sobre as relações históricas entre o Brasil e o continente africano, num momento que as relações políticas entre o atual governo e o continente são incertas”.

Cleoni Lima de Ávila

Cleoni Lima de Ávila

A programação, com mesas e rodas de conversa, bem como apresentação de comunicações, será no Instituto de Ciências Humanas – campus 2 – à rua Alm. Barroso 1.202. Para participar, é necessário fazer uma pré-inscrição, e o link está acessível no Facebook II Semana Africana de Pelotas. As vagas são limitadas.

RELAÇÕES – Na UFPel há 24 estudantes africanos, desde a graduação até doutorado, e de países como Cabo Verde, Benin , Moçambique,  Guiné-Bissau, República Democrática  do Congo, Angola, Etiópia e Senegal. De acordo com Rui, o encontro é uma forma de aproximar e informar sobre a comunidade africana.

Moçambicano Acrisio Pereira

Moçambicano Acrisio Pereira

Ele explica: “Precisamos dizer que, no Brasil, é limitado o acesso ao continente africano. Nas escolas, ainda há muito que fazer para que as informações e dados sobre o continente cheguem de forma descolonizada.

Grande parte das informações, chegam através da televisão, e os principais canais não estão comprometidos com a desmistificação dos preconceitos concebidos pelo eurocentrismo.

Então, se por um lado, a desinformação leva as pessoas a colocar perguntas descabidas sobre o continente. Por outro, há sim preconceito, principalmente de pessoas que têm uma visão deteriorada e deturpada do continente, agindo de má-fé para inferiorizar e criminalizar o africano e seus descendentes.

Mussa integra coordenação

Mussa integra coordenação

Essas pessoas procuram desmerecer todos os feitos que o continente produziu até hoje, apagando-os da memória, ou usurpando-os”.

CONHECIMENTO – Acerca da primeira edição, menciona Delgado: “Ano passado a comissão organizadora tinha cerca de vinte pessoas. Este ano somos quase cinquenta, entre estudantes, professores, brasileiros e africanos.

Isto mostra que o interesse cresceu, e mais pessoas querem participar do convívio, e troca de experiência, pois há sede de conhecimento. As pessoas que me abordavam na rua depois do evento, sempre traziam o desejo de participar, de alguma forma, das atividades ligadas ao continente e estavam ansiosas pela segunda edição. As nossas quimeras eram, e continuam sendo grandes.

Estudante Celia

Estudante Celia

Desde a primeira edição, era um objetivo, a criação de grupo de estudos sobre o continente. Além disso, também rodas de conversa em escolas municipais e estaduais. Ainda não conseguimos concretizar esse ideal, mas continuamos persistindo”.

            CORTES NA UFPEL – Delgado avalia o momento crítico da UFPel: “Com referência ao corte do orçamento da UFPel, isto afeta a todos nós. Enquanto estudantes, recebemos apoio da universidade para poder realizar um evento como esse. Todos os nossos palestrantes estão vindo porque a universidade nos apoiou no transporte e hospedagem.

Sem isso ficaria muito difícil fazer um evento assim. São investimentos como esse que a universidade faz, ou seja, viabilizando a potencialidade dos estudantes, que também trazem retornos à cidade e região. Assim como outras ações acadêmicas que a universidade apoia, temos a oportunidade de trazer para o público pelotense, especialistas na África que vão compartilhar os seus conhecimentos.

E tudo isso gratuito à população. Sem o apoio da universidade, provavelmente haveria custos para quem quisesse participar”.

Por Carlos Cogoy

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