Funcionários dos Correios deflagram greve geral
Sindicatos que representam os funcionários dos Correios decidiram em assembleias pelo país iniciar greve terça-feira, a partir das 22h.
O movimento será por tempo indeterminado e todos os serviços dos Correios serão afetados.
Os trabalhadores dos Correios protestam contra a proposta de reajuste salarial oferecida pela empresa, de 0,8% – menor que os 3,1% da inflação acumulada em 12 meses pelo Índice de Preços ao Consumidor (INPC). Entre pontos que a categoria reivindica, estão a exclusão do vale cultura, a redução do adicional de férias de 70% para 33% e o aumento da mensalidade do convênio médico e da co-participação em tratamentos de saúde. A exclusão dos pais de planos de saúde também é um ponto sensível na negociação.
NOTA DOS CORREIOS
A paralisação parcial dos empregados dos Correios, iniciada nesta terça-feira (10) pelas representações sindicais da categoria, não afeta os serviços de atendimento da estatal.
A empresa já colocou em prática seu Plano de Continuidade de Negócios para minimizar os impactos à população. Medidas como o deslocamento de empregados administrativos para auxiliar na operação, remanejamento de veículos e a realização de mutirões estão sendo adotadas.
Levantamento parcial realizado na manhã desta quarta-feira (11) hoje mostra que 82% do efetivo total dos Correios no Brasil está trabalhando regularmente.
Negociação — Conforme amplamente divulgado, os Correios estão executando um plano de saneamento financeiro para garantir sua competitividade e sustentabilidade. Desde o início de julho, a empresa participa de reuniões com os representantes dos empregados, nos quais foi apresentada a real situação econômica da estatal e propostas para o acordo dentro das condições possíveis, considerando o prejuízo acumulado, atualmente na ordem de R$ 3 bilhões. As federações, no entanto, expuseram propostas que superam até mesmo o faturamento anual da empresa.
Vale ressaltar que, neste momento, um movimento dessa natureza agrava ainda mais a combalida situação econômica da estatal. Por essa razão, os Correios contam com a compreensão e responsabilidade de todos os seus empregados, que precisam se engajar na missão de recuperar a sustentabilidade da empresa e os índices de eficiência dos serviços prestados à população brasileira.
PRIVATIZAÇÃO
O presidente Jair Bolsonaro afirmou, terça-feira, que o governo vai privatizar a empresa pública Correios.
A declaração foi dada ao mesmo tempo em que o ministro de Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, era questionado por deputados sobre o assunto, em Brasília.
O Ministro foi à Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados para esclarecer sobre essa possível privatização. Ao contrário do presidente, Marcos Pontes negou que haja uma decisão sobre os Correios.
Além dos parlamentares, participaram da audiência, representantes dos trabalhadores dos Correios, como o presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios, José Rivaldo. Ele mencionou que a privatização pode reduzir o número de cidades com serviços de entrega.
Defendendo a privatização, o deputado Kim Kataguiri, do DEM, questionou a qualidade dos serviços prestados pelos Correios e, segundo ele, a falta de concorrência contribui para isso.
Antes de iniciar os debates, e também presente na audiência, o presidente dos Correios, Floriano Peixoto, levou dados e informações sobre a estatal e disse que há duas opções: uma que prevê o estudo de programa de parcerias de investimentos e a outra, seria a inclusão dos Correios no Plano Nacional de Desestatização.
Correios ingressa com ação de dissídio coletivo junto ao TST
Na expectativa de uma solução que não comprometa ainda mais a situação financeira dos Correios, a empresa entrou, nesta quarta-feira (11), com dissídio coletivo no Tribunal Superior do Trabalho (TST). Agora, a corte irá avaliar o processo de negociação, ouvindo as partes, e o relator produzirá um voto que será analisado por um colegiado do tribunal, em sessão a ser posteriormente agendada.
Conforme amplamente divulgado, os Correios estão executando um plano de saneamento financeiro para garantir sua competitividade e sustentabilidade. Desde o início de julho, a empresa participa de reuniões com os representantes dos empregados, nas quais foram apresentadas a real situação econômica da estatal e propostas para o acordo dentro das condições possíveis, considerando o prejuízo acumulado, atualmente na ordem de R$ 3 bilhões. As federações, no entanto, apresentaram reivindicações que superam até mesmo o faturamento anual da empresa.
Serviços — A empresa já colocou em prática seu Plano de Continuidade de Negócios para minimizar os impactos à população. Medidas como o deslocamento de empregados administrativos para auxiliar na operação, remanejamento de veículos e a realização de mutirões estão sendo adotadas.
A rede de atendimento está aberta em todo o país e os serviços, inclusive SEDEX e PAC, continuam sendo postados e entregues em todos os municípios. Os serviços com hora marcada (Sedex 10, Sedex 12, Sedex Hoje) estão com postagens temporariamente suspensas.