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segunda, 23 de dezembro de 2024

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A versão de Coutinho: Meia nega problemas de relacionamento, confirma lesão e reafirma críticas

21 novembro
09:56 2013

Bruno Coutinho ficou apenas 40 dias no Pelotas. Mas é período suficiente para ser lembrado por muito tempo no clube. Primeiro pelo que fez dentro de campo, especialmente os dois gols marcados diante do Brasil no Bento Freitas – vitória do Lobão por 3 a 0, dia 26 de setembro. Segundo porque rompeu com a diplomacia entre os rivais do futebol pelotense, com uma entrevista bombástica, na qual definiu o técnico Rogério Zimmermann como “um babaca, que pensa que é estrategista”. Horas depois dessa declaração, ele foi dispensado do clube. Mas por outro motivo.

Bruno Coutinho marcou seis gols pelo Pelotas, sendo que dois na vitória de 3 a 0 no Bento Freitas - Foto: Alisson Assumpção/DM

Bruno Coutinho marcou seis gols pelo Pelotas, sendo que dois na vitória de 3 a 0 no Bento Freitas – Foto: Alisson Assumpção/DM

De férias em Florianópolis, Bruno Coutinho, 27 anos, conversou nesta quarta-feira com a reportagem do DIÁRIO DA MANHÃ, apresentando sua versão sobre a saída do Pelotas. Ele confirmou a versão da diretoria do clube, apontando uma lesão como causa da dispensa. Negou que o grupo estivesse “rachado” e disse que no clube “todos gostaram” das críticas feitas a Zimmermann. Coutinho revelou que rejeitou proposta do Lobão, com valores em dobro do que receberá no Veranópolis, para cumprir a palavra dada ao amigo Julinho Camargo – técnico do VEC.

Saída

“Na verdade foi uma questão física, mas aconteceu um turbilhão de coisas que acabaram aparecendo juntas como motivo para minha saída. As más línguas aproveitaram e inventaram que o grupo estava rachado. Não tem nada disso, nem a entrevista teve importância para minha saída. O que houve é que planejaram mal o segundo turno, depois que nós ganhamos o primeiro turno, e eu participei de alguns jogos, os mais decisivos, e a lesão se agravou. Tive uma lesão no anterior da coxa direita. Sou um jogador que precisa estar treinando para poder jogar bem. Falei que não tinha condições de jogar as finais e a diretoria resolveu me dispensar”.

Entrevista

“Todos ficaram satisfeitos com a entrevista que dei (dia 6 de outubro). O que eu disse é o que todos no grupo pensavam. Apenas comprei uma briga que era de todos. Quando se ganhava se deve comemorar com sua equipe, sem debochar dos mais humildes. Houve desrespeito com um integrante do estafe do Pelotas, que é um operário. Disse algumas coisas para que algumas pessoas se colocassem no devido lugar. Não me arrependo de nada. Não tenho motivo para retirar nada do que disse na entrevista. Falei bem consciente”.

Relacionamento

“Este é um grupo muito bacana. O relacionamento é fantástico. Dizer que houve briga com o Bruno Salvador não tem sentido. Eu concentrava com ele (no mesmo quarto). O Bruno Salvador, o Edson Borges e o Mithyuê são os jogadores que mais me identifiquei neste grupo. Um dos erros cometidos aí no Pelotas foi o de botar o Mithyuê a jogar só depois de que eu saí. Eu acho que ele deveria estar jogando junto comigo. Ele usou as minhas chuteiras na final e, de certa forma, eu estava presente. As chuteiras mostraram que estavam com a pontaria afinada”.

Veranópolis

“Uma das coisas que contribuiu para a minha saída foi a certeza que eu não ficaria para o Gauchão. Desde que eu retornei para o país, no primeiro semestre, me comprometi com o Julinho Camargo, porque tenho grande admiração e respeito por ele. É preciso que se coloque aí que não é uma questão financeira. O Ítalo (Gomes, presidente do Pelotas) me ofereceu mais do que o dobro do que vou receber no Veranópolis, e eu não aceitei. Eu poderia mandar o Julinho longe e aceitar a proposta do Pelotas. Mas para mim mais importante do que o dinheiro é a palavra”.

Retorno

“Quando me chamaram para acertar a saída, o que eu quis saber se estava saindo pela porta da frente. O Ítalo me disse que era pela porta da frente… Isso valeu muito. Um dia poderei voltar, porque foi muito bacana jogar no Pelotas, ver a identificação da torcida, ter o carinho de todos, especialmente das crianças. Se um dia eu voltar a jogar em Pelotas, vai ser no Pelotas. No Brasil está fora de cogitação”.

Meia e zagueiro estão a caminho

O Pelotas pode anunciar ainda nesta semana a contratação de zagueiro e meio-campista. E com esses dois jogadores começa o processo de qualificação do time para a disputa do Campeonato Gaúcho. O técnico Paulo Porto entende que a equipe necessita receber qualidade, porque a vê muita diferença entre as copas do segundo semestre e o Gauchão.

A contratação do zagueiro pode ser anunciada nesta quinta-feira, caso chegue o contrato enviado para que o jogador assinasse. O meia estaria jogando a Série B do Brasileiro por um dos clubes do nordeste. Convém lembrar que Paulo Porto esteve dirigindo o ABC na abertura da segunda divisão nacional.

Até o momento três jogadores estão com saída confirmada do clube. Além de Paraná, que foi contratado pelo São Luiz, Jovany está retornando para o Cianorte e Heverton – zagueiro reserva – também se despediu da Boca do Lobo. Ele vai jogar no Macaé.

Jefferson, Digão e Felipe Garcia estão perto de confirmar permanência no clube em 2013. O vice-presidente de futebol, Lúcio Barreto, reafirmou ontem o desejo de manter Mithyuê no clube. O jogador correspondeu nas últimas partidas da temporada a expectativa de um futebol de qualidade.

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