AÇÕES NA BR-116 : Dia de reflexão sobre a conservação do solo
Comemorado ontem, o Dia Nacional da Conservação do Solo foi instituído pela Lei Federal nº 7.876, de 13 de novembro 1989 e propõe uma reflexão sobre as riquezas e fragilidades deste recurso natural.
A preservação indica desafios, pois números da Organização das Nações Unidas (ONU) apontam que 33% das terras do planeta estão degradadas, seja por razões físicas, químicas ou biológicas. Atendendo à legislação ambiental vigente, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) contribui desenvolvendo uma série de ações mitigadoras nas obras rodoviárias federais. Na duplicação da BR-116/RS (Guaíba a Pelotas), por exemplo, são executados pelas construtoras os Programas de Prevenção e Controle dos Processos Erosivos e Recuperação de Áreas Degradadas.
De acordo com o engenheiro agrônomo da Gestão Ambiental da BR-116/RS (STE S.A.), Lauro Bassi, o principal impacto ambiental associado às obras rodoviárias é a erosão. “Por ocasião da construção/duplicação, sempre que o solo for mantido descoberto podem ocorrer grandes perdas e altas cargas de sedimentos podem atingir os cursos d’água, ocasionando assoreamento e consequente dano à vida aquática”, explica. Ele destaca ainda que sem um planejamento integrado do ambiente, a condução da água de drenagem das obras pode levar à degradação dos solos agrícolas produtivos do entorno e das Áreas de Preservação Permanente (APPs).
Conhecendo os potenciais riscos, o DNIT tem a possibilidade de implementar ações de monitoramento e de controle dos impactos. No caso dos taludes, Lauro afirma que a proteção vegetal tem sido feita historicamente com grama, a qual deve ser podada regularmente. Existem, no entanto, alternativas como a introdução de um paisagismo baseado em espécies que incluem flores e forrações. Já nas jazidas de argilas, a solução mais eficiente é a colocação de leivas (placas) de grama de pasto nativo local. “As leivas permitem a cobertura total do solo, trazem consigo um ótimo banco de sementes e ainda independem do clima e da estação do ano”, analisa. Os caminhos de serviço também devem ter seus taludes protegidos, além de uma drenagem eficiente e barreiras que auxiliam na dissipação do fluxo e retenção de sedimentos.
Vale destacar que na BR-116/RS foi conduzida uma experiência bem sucedida de uso de bioengenharia (tecnologia associada ao uso de espécies vegetais). “Foi realizada para a proteção da margem do arroio Viúva Tereza, em São Lourenço do Sul, em local onde foi executada atividade de corta-rio”. Instalou-se uma parede Krainer simples associada à esteira viva de sarandi (espécie ribeirinha) com o objetivo de proteger e estabilizar a margem que sofreu intervenção.
Medidas que previnem a formação de processos erosivos em obras rodoviárias
- Desenvolver um plano de controle da erosão já na fase do desenho padrão das rodovias;
- Estabilizar as sarjetas e diques externos com pedras ou barreiras vegetais para dissipar a energia;
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Evitar mudanças no fluxo dos rios e excessivo uso de máquinas junto às estruturas a serem construídas;
- Estabilizar os taludes com vegetação;
- Usar estabilizadores do solo e geotêxteis (mantas) onde for possível e apropriado;
- Usar sempre que possível brita grossa;
- Revegetar imediatamente as áreas de empréstimo, áreas mobilizadas, barrancos e taludes.
Fonte: Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos