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Acostumado a vencer no clube, Roger Kath não se conforma com rebaixamento: “O Pelotas sucumbiu em si mesmo”

28 abril
09:20 2014
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Roger diz que problemas de fora do campo determinaram a má campanha
Foto: Alisson Assumpção/DM

Ele não é um dos titulares absolutos e inquestionáveis. Daqueles que ficam na história do clube pelas grandes atuações em temporadas seguidas. Não dá para ser comparado com Juares e Jonatas, por exemplo. Mas esteve presente em todos os títulos conquistados pelo Pelotas nos últimos 10 anos – seja nas categorias de base ou no elenco principal. É um torcedor áureo-cerúleo. E, por isso, sofreu e ainda não assimilou completamente o rebaixamento para a segunda divisão no último Gauchão. Traços que tornam Roger Kath um dos personagens recentes do Lobão.

O goleiro tem uma compreensão clara do que aconteceu no Pelotas, transformando um grupo vencedor, que faturou três títulos e garantiu vaga na Série D, em lanterna do Gauchão. Mas como funcionário do clube não pode expressar publicamente sua visão crítica. “Houve muitos pecados fora do campo, que se refletiram dentro de campo. O Pelotas sucumbiu em si mesmo”, resume.

Roger Kath passou metade dos jogos deste Gauchão no banco de reservas. Ele entrou na equipe a partir do jogo com o Aimoré – dia 16 de fevereiro. A derrota de 1 a 0 no Cristo Rei empurrou o Lobão para a zona de rebaixamento, indicando que a segunda divisão era o destino do time. “Joguei sete partidas e levei 13 gols, uma média altíssima de quase dois gols por jogo. Fui o melhor em campo em duas partidas. Mas mesmo que eu fizesse quatro ou cinco milagres por jogo, mesmo assim o Pelotas seria rebaixado”, diz o goleiro.

SEM ALMA – Olhando o jogo lá de trás, Roger observava uma equipe sem “alma dentro de campo”. A apatia do time fez com que pensasse na campanha do acesso à primeira divisão em 2009. “Senti saudade do Rudi e do Aládio. Aquele time vendia as derrotas muito caro. E isso faltou ao time deste ano”, ressalta. A consequência foi o rebaixamento. Um duro golpe para a torcida. “Eu senti muito, porque sou torcedor do Pelotas, moro na cidade, fiquei aqui e sou cobrado”, conta.

Independente do futuro, Roger Kath (ele tem contrato até outubro) reconhece que construiu uma história bonita no Pelotas. Ainda nas categorias de base, ele levantou duas taças: Copa Internacional de Flores da Cunha (levou apenas um gol em oito jogos) e Campeonato Estadual de Juniores. Os dois títulos em 2004. No time principal, ele foi titular na conquista da Lupi Martins, em 2008; e no acesso à primeira divisão no ano seguinte.

Grandes atuações e até alguns “milagres” não impediram o rebaixamento do Pelotas no Gauchão Foto: Alisson Assumpção/DM

Grandes atuações e até alguns “milagres” não impediram o rebaixamento do Pelotas no Gauchão
Foto: Alisson Assumpção/DM

“Tive saudade do Rudi e do Aládio.Aquele time vendia caro as derrotas. Neste ano não havia alma em campo”

“Tive saudade do Rudi e do Aládio.Aquele time vendia caro as derrotas. Neste ano não havia alma em campo”

Na volta à Boca do Lobo, o goleiro esteve no grupo que faturou as taças da Fronteira/Sul, da Supercopa Gaúcha e da Recopa. “Que privilégio! Tenho muito orgulho disso”, admite. São momentos que compensam as frustrações. Uma delas é não ter sido valorizado profissionalmente, depois do acesso à primeira divisão. Ele foi um dos titulares de 2009 que não permaneceu no grupo na volta do Pelotas ao Campeonato Gaúcho. Uma prova de que “santo de casa não faz milagre” o que “prata da casa não brilha como ouro”.

Aos 30 anos, Roger não quer projetar o futuro. “O certo é que vou cumprir meu contrato com o Pelotas. Depois, o futuro a Deus pertence”, completa o goleiro. Certo mesmo é que vai continuar torcendo pelo Lobão.

 

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