Adultos e idosos da zona rural de Pelotas estão dormindo mal
O Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) realizou, de janeiro a junho de 2016, a pesquisa intitulada “Saúde Rural”. Foram entrevistados 1.519 indivíduos com 18 anos ou mais moradores da zona rural de Pelotas. A qualidade do sono foi um dos assuntos abordados pela pesquisa. O tema foi estudado pela mestranda Adriana Kramer Fiala Machado sob orientação professor Fernando Wehrmeister.
Dormir mal pode prejudicar a saúde física e mental das pessoas, piorando, por exemplo, o raciocínio e a coordenação motora. O sono com má qualidade também pode aumentar o risco de acidentes de trânsito e doenças como hipertensão e diabetes.
Para avaliar a qualidade do sono foi utilizado um questionário com dez perguntas. As respostas foram somadas para a criação de uma pontuação, que quanto maior, pior era a qualidade do sono da pessoa.
Os resultados do estudo mostraram que os moradores da zona rural de Pelotas não estão dormindo bem. A média da pontuação no questionário foi de 29,5 pontos, bem acima do esperado, indicando má qualidade do sono. Os indivíduos que apresentaram pior qualidade do sono tinham 40 anos ou mais de idade, eram mulheres, tinham entre zero e quatro anos de estudo, já haviam tido intoxicação por agrotóxico, apresentavam sintomas de depressão e pior qualidade de vida.
Os autores concluíram que a população rural do município apresenta problemas no sono. Maior atenção deve ser dada ao sono dessa população, principalmente entre as pessoas mais afetadas pelo problema – por exemplo, indivíduos depressivos e com intoxicação por agrotóxico, priorizando a prevenção e o tratamento.