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terça, 26 de novembro de 2024

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AGRICULTURA GAÚCHA : Chefe da Embrapa descreve impactos das mudanças climáticas na Região

AGRICULTURA GAÚCHA : Chefe da Embrapa descreve impactos das mudanças climáticas na Região
20 junho
09:00 2017

Admitindo o cenário de aumento de temperaturas e dos níveis dos oceanos e da influência do efeito estufa, o pesquisador e chefe-geral da Embrapa Clima Temperado de Pelotas, Clenio Pillon, afirmou que é preciso agir de forma incisiva para reduzir as emissões de gases promotores dos problemas climáticos e, consequentemente, dos prejuízos ambientais e na produção de alimentos.

Pillon foi o segundo palestrante do seminário Mudanças Climáticas: Desafios da sustentabilidade e da produção de alimentos saudáveis, realizado ontem, na Assembleia Legislativa, promovido pela Comissão de Saúde e Meio Ambiente. O pesquisador falou sobre os impactos das mudanças climáticas sobre os recursos naturais e a produção de alimentos.

Conforme Pillon, o aumento da temperatura na Região Sul do país, registrada em Pelotas em cerca de mais 1,7 graus Celsius, tem trazido mais chuvas, em contraposição a mais seca no Nordeste brasileiro. No RS, a elevação da temperatura mínima média afeta consideravelmente a produção de alimentos de clima temperado. “O decréscimo de rendimentos de culturas como trigo, arroz, soja e milho pode chegar a 30%, a partir de 2030”, alertou. Somente no cultivo do milho é estimado um prejuízo de 70 bilhões de reais. Pillon apontou também uma quebra de 40% na produção de soja e estimou que apenas a cana-de-açúcar poderá ter acréscimo na produção.

Clenio Pillon Embrapa

Clenio Pillon Embrapa

“A medida que a temperatura aumenta, teremos impactos desde a brotação das cultivares, especialmente nas frutas de caroço (ameixa, pêssego, nectarina) e outras de clima temperado”, alertou o pesquisador. A relação entre a mudança climática e a maior incidência de pragas também foi destacada pelo chefe-geral da Embrapa Clima Temperado. Ele disse que tem se verificado o aumento do ciclo das larvas da Mosca-das-frutas, principal causadora de danos às culturas gaúchas.

O pesquisador entende que o Brasil deve continuar com programas de redução da emissão de CO² a partir da matriz energética. “Hoje 40% das fontes são renováveis”, explicou. O biodiesel como alternativa aos combustíveis derivados do petróleo foi citado por Pillon como uma política de sucesso. Ele também salientou a importância da utilização de energia solar e eólica. Especificamente na agricultura, Pillon acredita que o caminho a seguir é de adaptação e melhoramento genético, preparo e manejo de solo com o uso da técnica de plantio direto e a rotação de culturas e inundação intermitente nas áreas de plantio de arroz.

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