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quinta, 14 de novembro de 2024

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ARTE CAMPEIRA : Canto gauchesco do filho de Piratini

ARTE CAMPEIRA : Canto gauchesco do filho de Piratini
01 fevereiro
09:04 2016

Humildade, simplicidade e serenidade, caracterizam o compositor e músico “Criolo do Rio Grande”

Por Carlos Cogoy

O primeiro disco chegou.  Dedicado à música campeira desde os anos setenta, somente ano passado ele conseguiu viabilizar o CD de estreia. Apesar das décadas compondo e ensaiando, o tempo transcorrido não abala a serenidade do artista. Gentil e humilde, o filho de Piratini, Idelmar Cardoso logo cativa pela espontânea simplicidade. Natural da “Ferraria” – interior de Piratini -, foi criado no cotidiano campeiro. A identificação “Criolo do Rio Grande”, aconteceria já em Pelotas, e foi autoria do advogado Getúlio Clasen. No disco homônimo, Idelmar avisa: “Meus amigos, estou chegando!”. E os amigos  é que apoiaram o disco com dez faixas. Ele expressa gratidão ao Posto São José, Ferraço Sul e José Nei Telesca Barbosa – especialista em agronegócios. O disco está à venda no Posto São José – esquina das ruas 15 de Novembro e 3 de Maio -, ou diretamente com o artista nos fones: 3225.0111; 8126.0949.

CAMPEIRO – Lavoura e os animais. Vida do guri Idelmar em Piratini. No arroio, adolescente, acompanhando as irmãs, subia nalguns galhos para improvisar o palco. Ali imitava Teixeirinha e Gildo de Freitas, alguns dos cantores que ouvia nas rádios de Canguçu. Numa ocasião, ao levar o trigo para moagem, soube que estava sendo promovida rifa de violão. Curiosamente, diz ele, acabou ganhando a rifa. Com o primeiro violão, sem orientação, dedilhava acompanhando as músicas que ouvia escutava rádio. Aos 26 anos, passou a alternar o trabalho em Pelotas e os reencontros com os familiares na Ferraria.

Idelmar Cardoso apresenta o “Galpão da Alegria” há 21 anos na R.U.

Idelmar Cardoso apresenta o “Galpão da Alegria” há 21 anos na R.U.

RÁDIO – Em Pelotas é que teve as primeiras aulas de violão. Conforme Idelmar, preparatórias para conseguir o registro como músico. Na sequência, participações em bailantas e CTGs. Profissionalmente, períodos como servente no então frigorífico Anglo, cobrador de ônibus e frentista. No rádio, começou com Getúlio Clasen em programa regionalista. E houve fases na Tupanci e Cultura até que, em 1994, passou a apresentar o Galpão da Alegria na Rádio Universidade AM 1.160. O programa é veiculado aos domingos das 6h às 8h.

GRAVAÇÃO – Nas tentativas de gravar, conta Idelmar, frustração em 1982. Ele havia gravado vinil numa gravadora de Porto Alegre. Mas, o disco nunca apareceu e a gravadora faliu, sem prestar contas aos artistas. Com apoio de Antonio “Nico” Fagundes, que se sensibilizou com o episódio, foi convidado para gravar o lado B de um disco. Em 1983, outra parceria em disco. Com Arnaldo Oliveira, surgiu o “Encontro de amigos”. Em 2012, numa coletânea organizada por Selmar Penedo, o “Criolo do Rio Grande” participou com uma faixa no CD.

Vanerão, valsa e xote 

No disco solo do “Criolo do Rio Grande”, constam as faixas: Meus amigos estou chegando; Meu paizinho; Combatendo o vigarista; Meu sonho; Pelos pagos onde andei; Homenagem aos gaiteiros; Susto da morte; Filho de Piratini; Canto do gaúcho; Vida de Artista. Conforme o cantor, no CD estão ritmos como o vanerão, valsa e xote.

VERSOS da música que abre o disco: Meus amigos estou chegando/  com amor e com bondade/ cantando minhas canções/ com carinho e sem vaidade/ sou Criolo do Rio Grande/  vivo com cordialidade/ sendo pra falar a verdade/ Meus amigos estou chegando/com muita dedicação. No estúdio, as participações de José Carlos Junquer “Zé Geada” na gaita e teclados. Nos violões, Selmar Penedo e Arnaldo Oliveira – também no contrabaixo e voz. 

 

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