Diário da Manhã

Destaque na região, artista José Darci Barros Gonçalves, apresentará dezessete telas no Memorial do RS

Por Carlos Cogoy

O Fórum Social Mundial (FSM), comemorativo à trajetória de quinze anos, oficialmente estará iniciando dia 19 deste mês em Porto Alegre. A programação, que tem sido organizada há mais de um ano, terá inúmeras atividades até dia 23. Nesta terça, porém, abertura de mostra que estará integrando a programação do FSM. Trata-se da exposição “Memória e identidade: uma visão africanista”, individual do artista visual José “Zé” Darci Barros Gonçalves. Natural de Arroio Grande, Zé Darci como logo se identifica, tem profundos laços com Pelotas. Foi por aqui que participou do primeiro curso de pintura em 1999, ministrado por Iarassu Braga no Senac. E, mais recentemente, em novembro, expôs pinturas na Bibliotheca Pública, bem como na Estação Férrea em projeto da UFPel.

Zé Darci terá sua arte divulgada no exterior

MEMORIAL – Às 18h30min desta terça no segundo andar do Memorial do RS – rua 7 de Setembro 1.020 -, acontecerá a abertura da mostra de Zé Darci. Em visita ao DIÁRIO DA MANHÃ, divulgou sobre as criações que estarão em exposição na capital gaúcha. Conforme o artista, as dezenas de telas foram criadas entre 2000 e 2.015. Na temática, abordagens sobre a questão negra. Além disso, enfoque crítico em relação à mitificada história gaúcha, e o cotidiano de desigualdade no Brasil. Como técnicas, Zé Darci menciona óleo ou acrílico. Como suportes, tela ou cartona. Ele também se expressa através de obras com técnica mista. A curadoria é de Gilberto Elias, e a visitação poderá ser feita de terças a sextas – 10h às 18h -, e aos sábados e domingos das 10h às 14h. O encerramento está previsto para 29 de fevereiro. Informações: (51) 3227.0882. E-mail: [email protected]

Arte questiona contrastes da realidade social no país

EXTERIOR – O prazer pelo desenho remonta à infância em Arroio Grande. Mas, a possibilidade de aprimorar a técnica aconteceria somente na maturidade. Ao final dos anos noventa, Zé Darci descobriu técnicas de pintura no Senac. Desde então, tornou-se referência como artista visual comprometido com a questão da negritude. Além de Arroio Grande, Pelotas e Herval na região, o artista que é servidor do DAER, há algum tempo que já conquistou reconhecimento em Porto Alegre. E, além do Estado, suas obras têm seguido para diferentes localidades do País. Se a pintura está consolidada, Zé Darci também inova e diversifica. Ele tem ilustrado livros. Um dos trabalhos foi para o volume “O ser capoeirista” (2013), autoria de Carlos Bento “Jarrão” Freitas Barcellos Jr. Atualmente residindo em Londres, “Jarrão” está organizando edição em inglês. Com a publicação, ilustrações de Zé Darci estarão chegando noutros países.

PROJETOS – Em 2016, ilustrações para livros da Griô Sirley Amaro, e da pesquisadora Olga Pereira. Também a continuidade à divulgação dos pôsteres que reproduzem algumas das pinturas de destaque. Mas, o principal objetivo é iniciar o atelier em Arroio Grande. No espaço, chegando a aposentadoria, planeja o artista, cursos, mostras e comercialização de trabalhos. CONTATOS: (53) 8438.3449. E-mail: [email protected]

BAOBÁ, é criação estilizada de Zé Darci, que tem como inspiração a grande árvore que simboliza o continente africano. O tronco portentoso é a principal característica da árvore longeva.  Na interpretação do artista, baobá tem corpo feminino. Expressão para enfatizar a árvore como fonte da vida. O talento do artista foi reconhecido e valorizado pela pesquisadora Marília Kosby.

LIVRO “Os Baobás do fim do mundo” (2011), autoria de Marília, foi ilustrado por Zé Darci. No volume, autora reuniu poemas relacionados com a dissertação de mestrado. Conforme ela, alguns dos versos foram “sonhados”. Ano passado, o livro teve reedição com lançamento na Biblitheca Pública Pelotense. O artista Zé Darci participou com a exposição de obras.