ATLETISMO : Destaques pelotenses em prova com 80km
Por Carlos Cogoy
Desafio com 81,240 quilômetros. Trata-se da Travessia Torres Tramandaí (TTT), cuja 11ª edição foi realizada sábado. Numa realização do Clube dos Corredores de Porto Alegre (CORPA), em conjunto com o SESC, a prova reuniu 2,2 mil atletas de diferentes localidades do País. Com largada às 6h na avenida Beira Mar em Torres, a travessia pode ser disputada individualmente, em duplas, quartetos ou octetos. Em destaque a participação de representantes da Associação dos Corredores de Rua de Pelotas (ASCORP). Na modalidade “quarteto”, grupo de atletas locais conquistou a quinta colocação. E Andrea Mathias Rodrigues, vice-presidente da ASCORP, salienta que houve quase centena de quartetos competindo no litoral norte.
VENCEDORES – A equipe pelotense foi integrada pelos corredores Eder Botelho Gomes, Erico Lopes Ança, José Américo Tavares e Cláudio Rodrigues. Revezando trechos dos oitenta quilômetros, eles percorreram o trajeto em 5h40min. Em 2014, o tempo do quarteto – ao invés de Erico, competiu Everton Oliveira -, foi de 6h11min. Ano passado, desafio redobrado diante das condições adversas. Os atletas depararam-se com temporal e forte ventania. Neste ano, o quinto lugar é comemorado pois a disputa foi acirrada. Em relação ao quarto lugar, a equipe da Ascorp ficou a apenas 1,4 minuto. Do terceiro lugar, diferença de três minutos. A perspectiva para 2016, conforme o “quarteto” local, é pela diminuição do tempo e uma melhor colocação.
DEDICAÇÃO – O atletismo raramente tem apoio e patrocínio. Apesar dos obstáculos, atletas empenharam-se nos treinamentos. O corredor Eder Gomes menciona sobre a preparação: “O treinamento foi individual. Nalgumas ocasiões é que realizamos em duplas ou trios. Mas a maior parte foi individual. Fizemos alguns treinos em lugares semelhantes aos que iríamos encontrar na prova. Então treinos na areia do Laranjal e Cassino. Eu e o Érico fizemos alguns treinos juntos. Nos longos, exercitamos a subida para ganhar força. No Cassino realizamos simulado, percorrendo a mesma distância que teríamos na prova. Infelizmente o treino conjunto é complicado pois, além de não termos o mesmo ritmo, cada um tem seus compromissos profissionais e restrição de horários. Daí a maior parte foi individual. Eu também treinei bastante na areia do prado, visando o fortalecimento muscular. Porém, como estava há oito meses parado devido a lesão no pé direito, consegui treinar dois meses antes da competição. E mantive a média de cinco dias de corridas na semana, sendo que dois a três dias também pedalando na bike. O trabalho foi sem treinador, pois leio muito acerca de treinamentos. Então elaborei planilha e segui à risca. Para a corrida elaboramos estratégia, pensando acerca do desempenho individual. E, considerando o potencial de cada um, dividimos os trechos conforme cada atleta”.
APOIO – Eder agradece o apoio da ASCORP. Em relação à cidade e a falta de suporte aos atletas amadores, ele menciona: “Acredito que o apoio é fundamental, mas Pelotas é muito carente nesse ponto. São raras as empresas que oferecem algum apoio aos atletas amadores. E observo que, noutras localidades, a realidade é bem diferente. Tenho amigos em São Paulo que competem no nosso nível, mas recebem apoio de academias, nutricionistas, clínicas, fisioterapeutas e empresas. A falta de apoio, porém, não nos impedirá de seguir competindo e representando Pelotas”. Outro aspecto é que, se falta apoio aos atletas, também é mínimo o estímulo à estrutura de eventos. Rio Grande destaca-se nacionalmente através de provas como a “Supermaratona” de cinquenta quilômetros. Eder observa que a cidade ainda não despertou para a vocação esportiva, no entanto, acredita que a realidade tende a melhorar.