AUDIÊNCIA NA CÂMARA : Líderes comunitários pedem mais atenção do Executivo
O tom dos pronunciamentos foi o mesmo: incentivo para continuarem lutando pelas suas comunidades e críticas à Prefeitura por não ouvi-los nem atender as reivindicações que fazem em nome dos moradores de suas vilas e bairros.
Proposta pelo vereador Roger Ney (PP), a audiência pública debateu a importância das associações de bairro e as dificuldades encontradas junto ao Poder Público, e encerrou com uma certeza: as lideranças precisam se unir para receberem atenção do Executivo.
Primeiro a se manifestar, Roger Ney, que foi líder comunitário por 18 anos, sugeriu que as associações comecem a se reunir a cada dois meses para apontar as necessidades de seus bairros. Ele criticou a ausência do prefeito e do seu secretariado no encontro, e disse que “é preciso ter uma linha direta com as secretarias e o Sanep para que ouçam as reivindicações da população”. O parlamentar disse que a ausência do governo “é uma prova de como o líder comunitário foi tratado ao longo dos anos e continua”.
Roger Ney ainda se referiu ao isolamento que sofre o líder comunitário quando não consegue que o governo resolva as demandas da população. “Os moradores criam muitas expectativas que depois não dão certo. Temos que pensar no que podemos fazer para nos aproximar do Poder Público”.
A sugestão do vereador Ricardo Santos (PDT) foi de que a Prefeitura tenha um “departamento de líderes comunitários”, por meio do qual os representantes das associações poderiam apresentar diretamente as necessidades dos moradores. Marcos Ferreira (PT) afirmou que se a Prefeitura não ouvir as associações de bairros não terá condições de saber o que acontece na cidade.
Para o presidente do Legislativo, vereador Ademar Ornel (DEM), a audiência pública foi importante, porque ele “tinha dúvidas se vivia em Pelotas ou não”. “Vocês me trouxeram para a realidade, que não é a mesma do governo que afirma que construiu 24 escolas e não sei quantas UBS (unidades básicas de saúde)”. Ornel também disse que “os secretários não fazem nenhum favor em receber os líderes comunitários, eles têm a obrigação de atender”.
Vicente Amaral (PSDB) convidou a todos para comparecerem mais vezes à Câmara para trazer suas propostas e encaminhar ao Executivo.
VOLUNTARIADO – O presidente da União Pelotense de Associações Comunitárias e Associações Afins de Pelotas, Valdir Duarte, sintetizou o pensamento dos demais representantes. Segundo explicou, o trabalho do líder é voluntário, “não ganhamos um centavo, fazemos com amor”. Ele também rebateu críticas de que a Upacaf é ligada ao governo municipal. “Não somos atrelados ao governo, temos uma parceria aprovada pelos vereadores e recebemos R$ 666,00 para pagar o aluguel de um escritório e as despesas da entidade, das quais prestamos contas”. Duarte pediu que as associações se fortaleçam e questionou a ausência do prefeito.