Aulas no Colégio Pelotense estão suspensas
Comissão de Educação da Câmara chamada a acompanhar problemas
A maior escola pública da América do Sul e orgulho de Pelotas, o Colégio Municipal Pelotense enfrenta uma de suas piores crises. A queda de parte do muro do educandário, há dez meses, sem que a Secretaria Municipal de Educação tomasse providências para consertá-lo, acabou por levar a diretora, Maria Helena Levien, a suspender as aulas a partir desta quinta-feira (27/02), por causa da falta de segurança para a comunidade escolar.
Depois de receber denúncias sobre a situação da escola, o presidente da Comissão de Educação da Câmara Municipal, vereador Ricardo Santos (PDT), esteve no Colégio na manhã de hoje, 26/02, e comprovou a situação. “A diretora tem toda a razão em suspender as aulas enquanto o muro não for consertado. Usuários de drogas invadem o colégio todos os dias, causando medo em alunos, professores e funcionários”, afirma o parlamentar.
Vereador Ricardo Santos esteve em reunião com a diretora Maria Helena Levien
A abertura no muro fica ao lado do ginásio de esportes que já foi símbolo do Pelotense, e que está há 13 meses sem atividade, com o piso danificado, infiltrações e vidros quebrados, o que impede a realização de atividades esportivas no local. A rede elétrica do colégio também está comprometida, o que resulta em constantes interrupções, prejudicando o andamento normal da escola.
Tapume – Quando o muro caiu, ano passado, a vice-prefeita, Paula Mascarenhas, solicitou ao Conselho Escolar do Pelotense que colocasse um tapume até que o governo providenciasse na reconstrução da parede protetora. O Conselho levantou o tapume, mas a Prefeitura não levantou o muro.
Segundo o vereador Ricardo Santos, durante todos esses meses a direção do Colégio Pelotense manteve contato com a Secretaria de Educação, sem nenhuma resposta positiva. Na semana passada, a diretora decidiu que suspenderia as aulas e informou ao secretário Gilberto Garcias.
“Os usuários de drogas dormem no pátio da escola e não sabemos mais o que fazer”, afirma a professora Maria Helena Levien. Ela garante que as aulas só iniciam quando o muro for reerguido.
Transporte – O dia foi movimentado para a Comissão de Educação. À tarde, o vereador Ricardo Santos reuniu-se com o secretário Gilberto Garcias, a quem levou a demanda do Colégio Pelotense e também da suspensão da linha do ônibus escolar que transportava alunos para a Escola Marechal Rondon, no Monte Bonito, na zona rural.
Procurado por pais de alunos, o vereador se manifestou na tribuna, na sessão desta quarta, e pediu apoio ao vereador Professor Adinho, que tem sido o parlamentar aliado dos moradores da colônia de Pelotas.
“O vereador Adinho prontamente marcou a reunião com o secretário e levamos os dois problemas a ele”, afirmou o presidente da Comissão de Educação.
Sobre o muro, Garcias garantiu que a obra está sendo providenciada. Quanto ao ônibus escolar, Santos explicou que o setor de transportes da Secretaria de Educação desativou a linha por entender que a mesma não fazia parte da zona rural, deixando centenas de alunos sem condições de se deslocarem até a escola no Monte Bonito.
“As crianças são moradoras do Corredor das Tropas, do Corredor do Contorno e do Sítio Floresta e pegam o ônibus na parada que fica no Morada do Sol”, contou Ricardo Santos. “Precisei provar que o trajeto até o Monte Bonito faz parte da área considerada zona rural, para que a Secretaria voltasse a ativar a linha a partir da próxima terça-feira”, afirmou o parlamentar.
