AUTO SUSTENTAÇÃO DA CARIDADE : A resistência de lares que se mantém sem verbas públicas
Localizado no Parque Dom Antônio Zattera, o Abrigo de Mendigos de Pelotas foi fundado em 1882. Atualmente com 89 moradores, o local se mantém sem verbas públicas – apenas com doações e com o repasse de parcela do salário ou benefício de cada morador.
Com inúmeras pedras no caminho, o Asilo cumpre seu papel social e filantrópico de amparo à pessoas de (relativa) vulnerabilidade.
Logo no salão de entrada do prédio encontra-se uma placa com os seguintes dizeres: “Acolher e abrigar idosos proporcionando-lhes qualidade de vida, protegendo sua saúde, respeitando sua cidadania e oferecendo condições de uma vida digna.” – que sucinta muito bem o trabalho realizado no local. O Asilo de Mendigos de Pelotas, ao contrário do que se possa pensar, não trabalha com a população em situação de abandono nas ruas, mas sim com idosos em relativo estado de vulnerabilidade. Lá, os moradores recebem os cuidados necessários, alimentação e rotina regradas e atenção tanto dos funcionários quanto dos voluntários.
Sete refeições são servidas diariamente, planejadas por profissionais da área da nutrição e executadas por Paulo, cozinheiro responsável do Abrigo. As funcionárias e enfermeiras cuidam cautelosamente da rotina de cada um dos moradores. A assistência médica e odontológica é realizada de duas a três vezes por semana, e o atendimento de serviço social ocorre nas segundas, quartas e sextas-feiras das 8h às 11h.
DIFICULDADES FINANCEIRAS
O Asilo de Mendigos de Pelotas não conta com verbas públicas. Mantém-se através de doações, de seu brechó próprio e de parcela do salário ou benefício (Loas) de cada idoso amparado. O brechó funciona nas quartas e quintas-feiras, e as roupas disponibilizadas são todas doadas – as que não servem nos idosos residentes são repassadas para venda. Todo dinheiro doado é repassado para a manutenção da casa e para o abastecimento dos estoques. Diariamente doações de alimentos chegam à portaria do prédio e voluntários apresentam-se no local para exercer atividades de lazer para os idosos.
CURSOS
Diversos cursos incentivam seus alunos a estagiarem no Asilo, como acontece por exemplo na Faculdade Anhanguera, onde os cursos de Fisioterapia, Técnico em Enfermagem e Terapia Ocupacional disponibilizam de dois à três dias da semana para agraciar os idosos com seu trabalho e atenção. O mesmo acontece na assistência odontológica, onde o atendimento é prestado por dentista responsável e seus estagiários.
APOIO
As doações são sempre bem vindas, principalmente quando se tratam de alimentos e produtos de limpeza. Todo tipo de alimento é bem vindo e a presidente Beatriz Xavier garante “Nada é desperdiçado!”. As doações podem ser feitas na sede ou através da conta bancária. Para ser um voluntário, basta contatar a ONG Parceiros Voluntários – localizada na Associação Comercial de Pelotas – para capacitar-se. Mas não precisa necessariamente ser um voluntário para exercer a caridade no Asilo, qualquer pessoa com boa vontade pode ajudar e levar atividades, carinho e doações para este lar que se mantém há 135 anos baseado na caridade!
INFORMAÇÕES:
As doações podem ser feitas diretamente no Asilo de Mendigos de Pelotas, localizado no Parque Dom Antônio Zattera, 338 – ou através da conta: 13.0035119, Ag. 3240, Banco Santander.
Telefone: (53) 3222-4762
Horários dos serviços prestados:
- Brechó: quartas e quintas-feiras das 8h30 às 11h30 e 13h30 às 16h.
- Visitas externas: quintas e domingos das 14h30 às 17h.
- Atendimento de serviço social: segundas, quartas e sextas-feiras das 8h às 11h.
ALBERGUE NOTURNO
Um primeiro passo para a regeneração
O Albergue Noturno Adolfo Fetter é uma instituição sem fins lucrativos que presta auxílio à moradores de rua e em estado de vulnerabilidade social há mais de trinta anos. Servindo como casa de passagem, conta com atendimento temporário e proporciona, desta forma, um primeiro passo rumo à regeneração.
Para usufruir dos serviços prestados pelo Albergue, as pessoas necessitam seguir algumas regras. As três principais exigências são: apresentar documento de identidade, tomar banho e estar sóbrio. Exigências estas que podem parecer básicas, mas que acabam causando inúmeras desistências. Quem não possuir nenhum documento de identificação pode ingressar após preencher um Boletim de Ocorrência (B.O) na Delegacia. Os portões abrem as 18h e, após o fechamento, só reabrem pela manhã.
COMO FUNCIONA?
A presidente do Albergue Noturno de Pelotas, Sônia Monteiro, revela que uma média de 20 a 25 pessoas passam a noite no local – que tem capacidade para um total de 50 albergados. Os cidadãos que passam algumas de suas noites no Albergue são dos mais variados perfis; de moradores de rua à viajantes (até mesmo de fora do país). Lá, a rotina é regrada: banho, jantar, televisão até às 22h, horário de dormir e, no dia seguinte, café da manhã e abertura dos portões para limpeza e manutenção da casa. Rotina esta que se repete diariamente e conta com a caridade de voluntários, parceiros e doadores.
NECESSIDADES
A presidente afirma que os alimentos são a necessidade permanente do Albergue, e especifica: “Carne, café, margarina, pão, leite e açúcar. Esses alimentos a gente precisa diariamente.”. As doações podem ser feitas diretamente no Albergue das 8h até as 22h.
Informações:
Endereço: Rua Padre Felício, 320.
Telefone: (53) 3222-7395
Por Martha Gonçalves