BARONESA : Museu recebe diversas melhorias
O Museu Parque da Baronesa não está recebendo visitas e por diversas boas razões, todas de melhorias em sua estrutura física e segurança. Estão em andamento a troca da rede elétrica, medidas de prevenção contra incêndios e outras quatro obras que contemplam parte da cobertura, forro, piso e paredes internas do prédio histórico que foi residência dos Barões dos Três Serros — Annibal e Amélia Hartley Antunes Maciel, primeira das três gerações que residiram na, então, Chácara da Baronesa.
Simultaneamente, ocorre o salvamento arqueológico de peças históricas que afloraram durante escavações prévias à construção da Reserva Técnica. A previsão da Secretaria de Cultura (Secult) é de que o Museu reabra suas portas aos visitantes em julho, na Semana de Aniversário de Pelotas.
O secretário de Cultura, Giorgio Ronna, pondera que, de modo geral, os museus brasileiros costumam funcionar muito além de sua carga, e com o de Pelotas não foi diferente. “Era imprescindível fazer a troca da rede, em parte ainda original. Encontramos até fios feitos de tecido e tivemos dois curtos circuitos. Estava arriscado demais”, disse Ronna.
PREVENÇÃO CONTRA INCÊNDIOS
Diretora do Museu da Baronesa, a conservadora e restauradora Fabiane Rodrigues Moraes explica que os R$ 100 mil recebidos em premiação do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), em reconhecimento pelo projeto “A visibilidade do Negro no Museu da Baronesa” — que vem desenvolvendo ações há mais de quatro anos, entre exposições, mesas redondas, palestras e oficina de dança afro —, estão sendo aplicados em medidas de prevenção contra incêndios (circuito interno de TV; detectores de fumaça e alarme; luzes de emergência).
“Esse recurso contempla, ainda, a aquisição de audioguias, computadores, impressora, data-show e geração de conteúdo para pessoas com deficiência visual e auditiva”, destacou.
OBRAS EM QUATRO ETAPAS
Ao mesmo tempo em que era trocada a fiação elétrica, foram feitos reparos na estrutura e estética da escadaria do Torreão, com recursos próprios da Secult; e é realizada uma obra na cobertura do salão Dona Sinhá. Finalizada uma intervenção que acabou com goteiras, com investimentos da Associação de Amigos do Museu da Baronesa (Ambar), novo suporte financeiro da Secretaria de Qualidade Ambiental (SQA), por meio de medidas mitigatórias ou compensatórias de impactos ambientais viabilizou a colocação de novas calhas e dutos de escoamento.
Assim que for concluída a cobertura, a etapa três inclui tratamento no forro e piso do salão Dona Sinhá e a quarta etapa será a consolidação e pintura das paredes internas da ala direita do Museu — essas duas, custeadas pela Secult.
“Além disso, também em parceria com a SQA, vamos melhorar o acesso por meio do calçamento das duas alamedas que levam ao Museu, desde os portões de entrada das avenidas Domingos de Almeida e São Francisco de Paula até o prédio”, antecipou Ronna.
ACHADOS ARQUEOLÓGICOS
No início das escavações nos caminhos para o local em que será construída a Reserva Técnica, espaço que abrigará peças do acervo histórico, houve o afloramento de material arqueológico que estava soterrado na área. A obra foi imediatamente suspensa, dando lugar a cuidadosas escavações. A intenção da Secult é, no futuro próximo, promover uma exposição das peças históricas que forem encontradas.
“Tão logo esteja tudo pronto, vamos retomar as ações do projeto ‘A visibilidade do Negro no Museu da Baronesa’, com as palestras na última terça-feira de cada mês e o evento SOpapo no Museu da Baronesa”, disse o conservador e restaurador da Baronesa, Marcelo Hansen Madail.
E a primeira exposição para a reabertura da Baronesa já está sendo montada. Inspirados pelo achado da cápsula da miss pelotense Yolanda Pereira, a equipe do museu planeja receber os visitantes com uma viagem de volta aos anos 1930.
“A ideia é que a população fique familiarizada com o mundo em que Yolanda viveu, e como era a Pelotas da época, antes de conhecer os mistérios escondidos na caixa por mais de 80 anos”, acrescentou Madail.