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BASQUETE 3X3 : “Cesta” para massificar modalidade

08 fevereiro
10:04 2016

Destaques da equipe tetracampeã do Sul-Brasileiro trabalham para popularizar basquete de trio

Tetracampeã do Sul-Brasileiro de Basquete 3×3, a equipe Pelotas Basketball Club (PBC) corre ainda pelo reconhecimento na cidade, que possa se transformar em patrocínios para custear suas atividades. Já são quatro anos de bons resultados, mas também da falta de recursos financeiros. Eventos são realizados com a finalidade de “abrir portas, através da massificação da modalidade”, que surgiu no Brooklyn nos Estados Unidos.

O basquete 3×3 em Pelotas tem como principais expressões (técnica, liderança e divulgação) a dupla composta por Yannick Soares, 25 anos; e Rober Junior, 27 anos. Os dois são entrosados na quadra e unidos nas atividades para promover essa modalidade esportiva. “Jogamos juntos há mais de 10 anos”, lembra Yannick. Depois de rodarem o País, jogando basquete convencional, eles voltaram para Pelotas em 2012.

Yannick e Rober optaram pelo basquete 3x3 para ganharem mais tempo, mas também por questão econômica Foto: Alisson Assumpção/DM

Yannick e Rober optaram pelo basquete 3×3 para ganharem mais tempo, mas também por questão econômica
Foto: Alisson Assumpção/DM

“Resolvemos nos dedicar ao basquete 3×3, que permitia que pudéssemos estudar e treinar nas horas vagas”, afirma Rober Junior, que está cursando engenharia mecânica. Yannick é aluno do curso de educação física. Os dois são estudantes da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). A opção pelo basquete de trio tem também um componente econômico: é bem mais barato viabilizar a participação em competições. Enquanto um time de basquete convencional necessita de 12 atletas, o 3×3 só precisa de quatro (três titulares e um suplente).

Rober e Yannick formam a dupla principal do PCB. Os outros dois elementos são geralmente atletas convidados de locais onde será disputada a competição. Enquanto esperam pelos torneios de 2016, a dupla promove eventos para dar visibilidade ao esporte e assim tentar assegurar apoiadores. No fim de semana anterior foi realizada uma atividade na Praça Modelo na Zona Norte da cidade. Em breve, a equipe estará presente no torneio dos Jogos de Verão, com as partidas disputadas no estacionamento do Shopping Pelotas.

Origem do basquete de trio

O basquete 3×3 tem origem nas comunidades do Brooklyn nos Estados Unidos.  Rapidamente ganhou popularidade em função da rivalidade entre os bairros das cidades americanas. A modalidade é uma extensão da cultura Hip Hop. Por isso, os eventos do basquete de trio vão além do que acontece na quadra. Tem música, participação do público, distribuição de prêmios e animação, com a narração dos jogos, além de outras manifestações culturais.

Em Pelotas, o basquete 3×3 chegou em 2012. A iniciativa foi do professor Carlos Alex Soares (pai de Yannick), que já tinha criado o Pelotas Basketball Club em 2000. Tendo como base a dupla formada por Yannick e Rober, que jogavam basquete convencional por oito anos, a equipe começou suas atividades. Primeiro, a participação num torneio local. Depois, o Estadual e, em seguida, a classificação para a primeira presença no Campeonato Nacional.

Paralela à luta para conseguir recursos financeiros a fim de participar de competições – inclusive, sendo pauta do programa CQC, da TV Bandeirantes, em agosto de 2014 -, a equipe seguiu acumulando títulos. Já participou três vezes do World Tour das Américas (torneio equivalente à Libertadores no futebol). Está atualmente em quinto lugar no ranking continental.

Dupla fala dos planos para 2016: sonho de chegar aos Jogos de Tóquio Foto: Alisson Assumpção/DM

Dupla fala dos planos para 2016: sonho de chegar aos Jogos de Tóquio

Regras adaptadas ao estilo do jogo

As regras do basquete 3×3 são adaptadas a essa modalidade, com significativa diferença em relação ao basquetebol convencional. Por exemplo, o tempo de jogo é de 10 minutos (cronometrados) ou até que uma equipe consiga a marcação de 21 pontos – por consequência, garantindo a vitória. O jogo é disputado em meia quadra, com apenas uma tabela.

“É um jogo muito intenso, com uma sequência de ataca e defende em todo o tempo”, explica Yannick. Também o sistema de pontuação é diferente: vale a metade do que no basquete convencional. O arremesso da linha de dois pontos, vale um; já o arremesso atrás da linha de dois pontos (que valeria três no basquete de cinco jogadores) vale dois no 3×3.

Também não existe limite de faltas individuais e sim limite de faltas coletivas. O limite é de seis falta coletivas. Se a equipe cometer entre sete e nove faltas coletivas, será penalizada com dois lances-livre. Caso faça nove ou mais faltas, além dos dois lances-livre, o adversário terá ainda o direito à posse da bola. Isso pode ser decisivo no final do jogo, atrapalhando a reação do time que cometeu mais faltas no decorrer da partida.

Cada time tem direito de um usar um tempo técnico no decorrer dos 10 minutos regulamentares.

Sonhos da dupla para 2016

A dupla Yannick e Rober Junior tem os objetivos traçados para o ano de 2016. “Meu sonho é ser campeão nacional e ficar entre os 10 melhores times do mundo para disputar o Mundial de clubes em Abu Dhabi neste ano”, diz Rober. Para chegar entre os melhores do mundo, a equipe pelotense terá que assegurar vaga entre as duas melhores da América do Sul. Atualmente, ocupa a quinta colocação continental.

Outro objetivo deles é disputarem (juntos) o Mundial de seleções pela equipe brasileira. Os dois já foram convocados para a seleção, mas Yannick foi o único que teve a oportunidade de chegar à competição realizada em Atenas, na Grécia, em 2012. Mais adiante, o sonho é jogar os Jogos Olímpicos de 2020 em Tóquio. O basquete 3×3 fará parte dos esportes olímpicos daqui a quatro anos. Na edição de 2016 no Brasil, a modalidade perdeu a vaga para rugby.

“Devemos chegar a 2020 mais maduros física e mentalmente, podemos estar no topo. Só de existir essa possibilidade, nos anima a cada dia para seguir treinando”, ressalta Rober Junior. Os dois treinam três vezes por semana, usando a estrutura do ginásio da Esef (Escola       Superior de Educação Física da Universidade Federal de Pelotas).

 

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