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Bloquete do Laranjal pavimenta Pelotas

22 setembro
09:37 2015

Os dois mil metros de bloquetes retirados do antigo calçadão no Laranjal não foram destinados – como inicialmente previsto – para um prolongamento em direção ao balneário dos Prazeres, mas desviados para pavimentar candidaturas de políticos em diversos bairros da cidade.

Alguns deles chegaram a declarar publicamente que o bloquete sextavado era impróprio para pavimentar ruas/avenidas.  Felizmente, a Prefeitura não concorda com tamanho disparate, tanto é que continua inaugurando ruas pavimentadas com bloquete sextavado. Além disso, ele permanece, há décadas, em trechos das avenidas  D.Joaquim e Domingos de Almeida, em perfeitas condições de tráfego.

O Laranjal, apesar de ser uma espécie de ‘bairro de todos’, pois para ali convergem pessoas dos mais diferentes pontos da cidade, especialmente no veraneio e finais de semana, continua sendo –literalmente – ‘o patinho feio da lagoa’, em virtude do descaso histórico dos poderes Executivo(prefeitos) e Legislativo(vereadores).  É bem verdade que a comunidade residente ‘pra lá da ponte do Laranjal’ tem parcela de culpa, pois raras vezes se mobiliza para pleitear investimentos em infraestrutura, que justifiquem a planta de valores dos imóveis do Laranjal, umas das mais altas vigentes no município.

BloqueteEnquanto a maioria dos bairros de Pelotas tem praticamente pavimentadas todas as ruas, no Laranjal o pavimento só contempla aquelas poucas vias que levam em direção à orla da lagoa e, por isso, corretamente denominadas de ‘caminho por onde passa a procissão’. São tão poucas que cabe citá-las. A av.Amazonas, principal entrada do balneário dos Prazeres, e as avenidas Arthur Augusto de Assumpção(metade de sua extensão), Rio Grande do Sul e José Maria da Fontoura, no acesso ao Valverde e Santo Antônio. Além delas, a avenida Antônio Augusto de Assumpção(na orla da praia) e oito das treze quadras da rua Santo Ângelo, a única parcialmente pavimentada que não leva em direção à praia. Se fosse totalmente pavimentada, a Santo Ângelo seria a via de integração interna dos balneários Santo Antônio, Valverde e o loteamento Pontal da Barra. E por ela poderia ser estendido o itinerário do transporte coletivo, que transita apenas no seu trecho pavimentado. A situação é tão caótica, que o ônibus seletivo tem final de linha quando termina o asfalto da Santo Ângelo, defronte a sede do Valverde Praia Clube. A partir dali, os usuários precisam caminhar – e muito – para chegar às suas residências. Um desrespeito que poderia ser extinto com a anunciada licitação para o transporte coletivo, apesar da resistência da ‘bancada do atraso’, com assento quase eterno na Câmara dos Vereadores.

A questão do pavimento é só um dos ingredientes causadores da justificada revolta dos residentes e proprietários de imóveis no Laranjal, que por mais de uma vez buscaram na emancipação a solução dos inúmeros problemas que historicamente afligem balneários e loteamentos. Se o Laranjal tivesse recebido metade dos investimentos feitos em qualquer bairro de Pelotas, seguramente nunca se teria ouvido o clamor por emancipação.  E mais, o Laranjal não seria apenas um lugar bonito de se ver, mas, sobretudo, um lugar aprazível pra se viver.

  • JANDIR BARRETO, jornalista

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