Diário da Manhã

O Brasil estabeleceu como prioridade o Campeonato Brasileiro da Série D. A Copa Fernandão fica em segundo plano. Por consequência, o Bra-Pel também é tratado da mesma forma pela diretoria rubro-negra. O discurso do lado xavante soa como “desvalorização” do clássico na Boca do Lobo. E, por conta disso, se estabelece uma polêmica em relação do jogo desta quarta-feira, às 20h, no Bento Freitas.

O presidente Ricardo Fonseca deu entrevista à RBS TV nesta segunda-feira e reafirmou que a competição estadual fica em segundo plano. E mais: disse que o Bra-Pel não é prioridade no Bento Freitas. Sobre a possibilidade de o Brasil escalar uma equipe mista, o dirigente revelou que poderia “ser até um time juvenil”.

A resposta do outro lado foi imediata. O vice-presidente Flávio Gastaud afirmou ontem à noite que as decisões no adversário não são tomadas pelo presidente. “Não é ele (Ricardo Fonseca) quem decide. Quem decide é o ‘presidente’ Rogério Zimmermann. Além disso, pelo que eu sei, o Brasil não tem time juvenil.”

Assim, a questão envolvendo a escalação do Brasil gera expectativa. E vai ser uma incógnita até pouco antes de o time entrar em campo. É possível que Zimmermann repita a estratégia utilizada na primeira partida contra o São Paulo pela primeira fase da Copa Fernandão, quando escalou 11 jogadores que não vinham sendo aproveitados na equipe na Série D. Ou sendo Bra-Pel, a escolha será diferente – mesmo que o discurso aponte o contrário?

INGRESSOS – Pelo menos 500 torcedores do Brasil poderão comparar ingresso mais barato para assistir ao Bra-Pel desta quarta-feira no Bento Freitas. Pelo site de compras Bergamota, os rubro-negros pagam R$ 30,00 e ainda levam um boné oficial do clube. Fora dessa promoção, os ingressos para o clássico custam R$ 40,00 (estudantes e idosos pagam a metade). A torcida do Pelotas terá 1.500 ingressos, os quais começam a ser vendidos às 10h de amanhã na Boca do Lobo. 

Brasil e Pelotas apontam maneira diferente de encarar o clássico
Foto: Alisson Assumpção/DM

Bate Pronto por Caldenei Gomes

DESFALQUES – Enquanto a diretoria busca fazer contratações, o técnico Julinho Camargo pensa em alternativas para substituir três titulares, que não podem jogar o Bra-Pel desta quarta-feira no Bento Freitas. Éber, Escobar e Jefferson foram expulsos na partida diante do Guarani de Venâncio Aires na fase anterior da Copa Fernandão. Gilian deve aparecer no ataque. Tiago Gaúcho e Bruno Renan são opções para o meio-campo.

De volta à liderança

A vitória do Ituano sobre o Maringá, sábado, só seria favorável ao Brasil se o time rubro-negro vencesse o Guarani de Palhoça, domingo, na Boca do Lobo. Como o Xavante fez sua parte, a rodada acabou sendo boa – mesmo que o campeão paulista tenha entrado na briga pela classificação no Grupo A7 do Brasileiro da Série D.

O jogo de domingo era confronto direto para o Brasil, que estava com apenas um ponto de vantagem sobre a equipe catarinense. A vitória de 2 a 0 foi consequência da melhor produção da equipe treinada por Rogério Zimmermann, que fez dois gols, teve duas boas na trave (chutes de Alex Amado e Nena ) e pelo menos dois pênaltis não marcados pelo árbitro Rodrigo Raposo.

Desde o começo da competição, o Brasil esteve sempre na zona de classificação na Série D. Só perdeu a liderança na semana posterior a folga do primeiro turno. Sua campanha, com aproveitamento de 75%, é suficiente para classificação em primeiro lugar do grupo.

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Empate

O empate do Pelotas com o Blumenau acabou sendo um bom resultado. Por ser fora de casa e contra um concorrente direto, mas, principalmente, pelo equilíbrio na disputa da segunda vaga no Grupo A8 do Brasileiro da Série D. Como se desenhou logo nas primeiras rodadas, o Londrina disparou na liderança, com aproveitamento de 100% nos quatro jogos do primeiro turno. A diferença para o segundo colocado já é de sete pontos. A conquista da primeira vaga é questão de tempo.

Os outros quatro times vão disputar ponto a ponto a segunda vaga do grupo. O Pelotas está no bolo, mas precisa vencer – de empate a empate não chega a lugar nenhum. Os dois jogos dentro de casa (contra Metropolitano, dia 31; e Boavista, dia 14 de setembro) serão fundamentais para a classificação.

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Bra-Pel

Bem no Brasileiro, o Brasil revela sua preferência pela competição nacional, desprezando praticamente a Copa Fernandão. Está assim: ganhar ou perder tanto faz. Menos o Bra-Pel. O clássico tem importância que transcende o interesse de futuro na competição. Além disso, um dos motivos para participar do torneio estadual é o de poder pagar a pena da perda do mando de campo. E só vai limpar sua “ficha” se passar pelo Pelotas e jogar as quartas de final.

Já o Pelotas precisa do Bra-Pel para melhorar sua imagem diante de tudo o que aconteceu até aqui na temporada. Em agosto, os números do Pelotas de 2014 apresentam apenas quatro vitórias (uma na Recopa, duas no Gauchão e uma na Copa Fernandão). Vencer o confronto com o Brasil será uma injeção de confiança no grupo áureo-cerúleo.

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Virada de mesa

O Esportivo tentou gerar um movimento para revogar o rebaixamento no Gauchão, deixando a competição com 19 equipes em 2015. Mas logo na primeira reunião do presidente Luis Delano Oselane com o presidente da FGF, Francisco Novelletto, a proposta foi rechaçada. A justificativa é a mesma: o calendário da CBF e o interesse da RBS em enxugar o Campeonato Gaúcho.

O clube de Bento Gonçalves recuperou os nove pontos perdidos no caso de racismo de sua torcida contra o ex-árbitro Márcio Chagas da Silva. Mas caiu pelos resultados de campo. Ficou em 14º lugar, com 13 pontos em 15 jogos.

A inconformidade de Oselane é com a absolvição do Passo Fundo no Pleno do STJD, apesar de o clube ter sido punido nas instâncias anteriores por escalação irregular de um jogador. Uma falha processual (a data de um recibo do pagamento da taxa processual feita pelo Pelotas – autor da denúncia) determinou a absolvição do Passo Fundo e a consequência permanência na primeira divisão, porque o clube recuperou os oito pontos perdidos anteriormente.