Brasil: As defesas milagrosas do goleiro xavante
“Milagre!”. Uma grande defesa de goleiro geralmente é descrita como milagre pelos narradores. Um ato com a intervenção direta de Deus. Para os goleiros, esse “milagre” tem outra conotação. É fruto do trabalho diário. É o caso de Luiz Müller que, no Bra-Pel de segunda-feira, fez duas espetaculares defesas em lances sucessivos de finalização de Edson Borges. “Não existe milagre sem trabalho. A gente trabalha muito todos os dias, com o Passarinho (Carlos Garcia), exercitando a velocidade e a reação”, disse o goleiro.
O goleiro lembrou nesta terça-feira que a primeira defesa na bola cabeceada por Edson Borges, que estava livre na pequena área, “usou o recurso da mão, com velocidade e reação”. Já na segunda defesa, Luiz Müller repetiu exatamente ao que ele disse que trabalha diariamente. “Foi o instinto da velocidade e da reação novamente, só que usando a perna”, descreveu. Antes, o camisa 1 do Rubro-Negro já havia evitado o gol de Felipe Garcia – num rápido contra-ataque do Pelotas. Com essa série de três defesas, o goleiro se tornou o personagem do Bra-Pel 353.
Dever cumprido
Após mais uma grande atuação, Luiz Müller revelou que foi para casa na noite chuvosa de segunda-feira com a sensação do dever cumprido. “É isso que sinto: a sensação do dever cumprido, até pelo carinho que recebo da torcida. A gente fica feliz em puder corresponder à expectativa deles”, afirmou. O goleiro projeta uma partida parelha nesta quinta-feira. “Vai ser um jogo duríssimo. A decisão está em aberto, sem favorito. Vamos tentar fazer um bom jogo e ficar com o título”, completou.
Luiz Müller destacou que o Brasil não irá mudar a maneira de jogar pelo fato de atuar em casa, quinta-feira, e ter a necessidade da vitória para chegar ao título do turno. “Nós temos uma equipe equilibrada para se defender e atacar. Basta ver quem tem o melhor ataque (10 gols) e a melhor defesa (só gol sofrido) do campeonato”, justificou. O goleiro se sente beneficiado pelo desempenho equilibrado do time. “De todas as equipes em que joguei, aqui no Brasil é onde tenho sido menos exigido”, disse. Mas quando é exigido, brilha – como aconteceu nesta segunda-feira.