Diário da Manhã

sexta, 03 de maio de 2024

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Brasil em trajetória de temporadas tumultuadas

14 julho
09:21 2022

Por: Henrique König

O Grêmio Esportivo Brasil entra para os últimos cinco jogos desta Série C de Campeonato Brasileiro precisando de praticamente um milagre para sair da zona de rebaixamento. Se concretizar a queda, será o segundo rebaixamento nacional em dois anos. O torcedor viu a escalação mudar muitas vezes ao longo dessas duas temporadas, mas não do jeito que gostaria. Um símbolo dessa dificuldade de programar a equipe é ver jogadores saindo e jogadores chegando nesse estágio do campeonato. O volante Igor Silva, ex-União Frederiquense e Pelotas, e o atacante Janderson, ex-Gaúcho de Passo Fundo, desembarcam no Bento Freitas e viram opção para enfrentar o Atlético do Ceará e os demais últimos jogos.

Problemas de dentro e fora de campo influenciam o Brasil a estar lutando em últimos rounds contra o segundo rebaixamento em duas temporadas
Foto: Volmer Perez / GE Brasil

O extracampo – Apertado pelo orçamento corroído em dívidas das últimas temporadas, o Brasil virou um dos ‘consumidores’, entre os clubes de suas divisões, mais prejudicado na hora de ir ao mercado. É notório o recebimento de negativas por parte de atletas e empresários na hora das negociações. O clube se complicou na Série B de 2021 e continuou em dificuldades. Talvez iludido pelo competitivo, mas classificado como ‘muito bom’ Campeonato Gaúcho, o Xavante ainda perdeu atletas cruciais para manter o nível de campanha na Série C. O zagueiro Fernando Fonseca formava a dupla titular com Helerson, que não foi mais o mesmo no campeonato nacional. O atacante Luizinho foi para Chapecoense. O lateral esquerdo Henrique Ávila revezava com Gabriel Araújo. Ele saiu e Gabriel também não conseguiu um grande campeonato na C.

Situação semelhante dentro de campo está na tentativa de reerguer o elenco na Série B 2021 e na C 2022. O Brasil dava amostragem de insuficiência no elenco. O que a direção pode fazer a partir da montagem capenga de um grupo? Reforçar. Mas o velho problema surge: as negativas e a dificuldade de formular o elenco como gostaria. Não há dinheiro para extravagâncias, nem atrativos para convencimento nos negócios. Os reforços acabam também insuficientes e o time, como um todo, parece inclusive perder liga muitas vezes. É difícil consertar um alicerce que já nascia problemático.

O repórter Renan Santos, atualmente na RBS TV de Erechim, trouxe um levantamento acerca das dívidas no Grêmio Esportivo Brasil. Um assunto delicado e que pode ganhar maior notoriedade a depender do andamento dos próximos jogos, confirmando ou não o rebaixamento. Fato é que a dívida no Grêmio Esportivo Brasil é crescente desde os anos finais do mandato de Ricardo Fonseca. Valores que não haviam sido contabilizados corretamente fizeram o déficit saltar de R$ 13 para mais de R$ 30 milhões. A imprensa e os torcedores aguardam pronunciamentos oficiais sobre o assunto, para saber o tamanho do rombo no cofre do clube no momento.

Nilton Pinheiro (2021) e a gestão atual do Conselho Deliberativo, liderada por Evânio Tavares (2022), conviveram com cinto apertado nas contas, sem conseguir conter a enxurrada de dívidas, enforcando o orçamento para as temporadas e, na formação das equipes, não conseguindo a precisão cirúrgica, necessária para uma estabilização do Xavante – ao menos dentro de campo.

Entre os diversos problemas que cercam o cotidiano dos clubes de futebol, a dificuldade para manter o salário dos atletas em dia também é uma constante no Bento Freitas. Difícil motivar, remobilizar e remontar ao longo das parelhas, e definidas nos detalhes, competições.

Domingo, mais um desafio pela frente. Enfrentar o Atlético do Ceará no Bento Freitas, às 11h. Time e torcida em um reencontro, entre a euforia de acreditar em uma reação e a melancolia de um rebaixamento que ronda os portões da Baixada. Enquanto há bambu, precisa haver flecha. É o Brasil de sentimentos confusos e futuros incertos.

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