Brasil empata com o Londrina em jogo marcado por confusões, avança às finais e se torna o primeiro clube pelotense a decidir um título brasileiro
Com ares de uma batalha campal, como fora históricas guerras e duelos mundo afora, o Brasil escreveu mais um capítulo vitorioso da sua trajetória e, agora, da história do futebol de Pelotas. Podendo até perder por um gol de diferença, o rubro-negro não deu trégua para o Londrina e, mesmo jogando fora de casa, empatou em 2 a 2 e conquistou a vaga na final da Série D do Campeonato Brasileiro. Pela primeira vez, em mais um século de história, o futebol pelotense disputará uma decisão de campeonato nacional. Ademais, o time do técnico Rogério Zimmermann tem a oportunidade de trazer ao Rio Grande do Sul um título nacional que não vem há 18 anos. O Clube do Povo espera o adversário que sairá do duelo entre Tombense e Confiança.
A partida contou com detalhes lamentáveis. A pressão do Londrina era barrada na defesa do Brasil, que aproveitava os contra-ataques e não desperdiçava oportunidades, principalmente com o artilheiro da Série D, o terror Nena. Depois de abrir 2 a 0 e encaminhar a vaga na final, o rubro-negro viu um adversário desesperado e seus dirigentes invadindo o campo e agredindo a delegação Xavante.
Com a bola rolando, o primeiro gol Xavante foi marcado aos 37 minutos do primeiro tempo. Em contra-ataque rápido pela direita, Felipe Garcia puxou a marcação e tocou para Nena. A bola quicou e o centroavante Xavante fuzilou o goleiro Vitor. Rede estufada, torcedor comemorando e a vaga na final cada vez mais próxima. Com o gol, Nena se igualava ao artilheiro da competição.
E se o atacante se destacava, o seu reinado como o goleador da Série D precisava ser absoluto. E foi: logo aos 2 minutos da segunda etapa, outro contra-ataque rápido e mais um gol de Nena, o oitavo dele na competição. Depois de driblar o artilheiro do torneio, a zaga do Londrina não se cuidou com o ligeirinho Alex Amado, que roubou a bola e tocou para o terror da Baixada. Nena pegou de primeira, sem chances para o goleiro, fuzilando as redes do estádio do Café. Brasil 2 a 0. Com mais um marcado, o camisa 9 se isolou na artilharia da competição.
Mas o que parecia encaminhar-se para um gigante resultado tranquilo do Brasil, ganhou ares dramáticos e lamentáveis. Diego Roque, aos 20, e Celsinho, aos 24, empataram a partida. Embora a reação tenha acendido os ânimos da torcida do Jacaré, o time da casa ainda precisava fazer três gols para conseguir a classificação. E tamanha dificuldade causou transtornos nas atitudes dos paranaenses.
Depois do empate, o técnico Rogério Zimmermann foi expulso da partida. Quando saia do campo, foi agredido por um dirigente do Londrina. A confusão estava armada. Um repórter de Pelotas chegou a ser agredido por um integrante da comissão técnica paranaense e Eduardo Martini, o goleiro Xavante, precisou intervir para evitar maiores agressões ao jornalista pelotense. Na confusão, acabou expulso, também.
Mais de vinte minutos parado, o jogo recomeçou com o Londrina buscando o que parecia impossível. E se havia alguma ponta de esperança aos paranaenses, elas evaporaram na atuação de Anderson, o goleiro que substituiu Martini. Ele fechou o gol.
O Brasil quase chegou ao terceiro gol, aos 35 minutos, quando Wender foi derrubado por Vitor na área e Nena bateu o pênalti que o goleiro londrinense salvou. Sem mais para acontecer, o rubro-negro viu o cronômetro chegar a sua volta final e ouviu soar o apito que colocou o time pelotense na final da Série D.
O rubro-negro mais querido do Brasil segue fazendo história. Pela primeira vez, um clube da Princesa do Sul disputará uma final de Campeonato Brasileiro. Já para os gaúchos, será a chance de voltar a erguer um caneco nacional, algo que não acontece desde 1996, quando, há 18 anos, o Grêmio foi campeão da primeira divisão nacional.
Com informações da Assessoria GEB