BRASIL : Símbolos da era RZ perdem espaço
Cirilo, Eduardo Martini, Wender, Leandro Leite e Gustavo Papa se tornaram símbolos da trajetória vitoriosa do Brasil desde 2012. A saída do técnico Rogério Zimmermann fechou a porta para o aproveitamento desses jogadores – exceção ao volante Leandro Leite, que conseguiu recuperar seu espaço na equipe com Clemer. Os demais desapareceram do time desde a chegada do novo treinador.
Martini e Papa tiveram problema de lesão nesse período. O goleiro reapareceu no banco de reservas, mas perdeu a posição para Marcelo Pitol. O atacante deixou de ser a opção para os minutos finais das partidas – fosse para buscar o gol na bola alta ou para ajudar a defesa a segurar o resultado na jogada aérea.
Leandro Leite é o único remanescente no time do elenco que começou a caminhada de ascensão em 2013, quando o Brasil alcançou o acesso à primeira divisão gaúcha. Capitão do time desde o começo do trabalho de Zimmermann em 2012, o volante chegou a perder a titularidade durante a disputa do atual Brasileiro da Série B. Foi Clemer que o resgatou para a equipe titular na partida diante do Criciúma – vitória de 2 a 1 em Santa Catarina no dia 4 de agosto.
A última partida de Wender e Gustavo Papa foi a derrota de 4 a 1 para o Paraná, dia 18 de julho, em Curitiba. Esse foi também o último jogo da era Zimmermann. Cirilo (antes, o homem de confiança do ex-treinador xavante) só jogou uma vez nesta Série B. Martini saiu do time, depois de duas derrotas seguidas por 3 a 0 – contra América e Santa Cruz.
Wender
Wender, 38 anos, é o jogador com mais “tempo de casa” no Brasil. Ele foi contratado em novembro de 2011, quando o treinador era Luizinho Vieira. Polivalente, pois joga no meio-campo e na lateral-direita, ele se tornou um jogador de inegável utilidade na equipe rubro-negra. Nunca foi um dos destaques, mas sempre um dos mais regulares.
Como nas temporadas anteriores, Wender viu chegar ao clube outros concorrentes pela posição de titular no time. Se Eder Sciola não se firmou no Campeonato Gaúcho, Wender seguiu jogando. É verdade que se revezando com Sciola e mais adiante com Ednei. Mas estava sempre no grupo – no time ou no banco de reservas.
Sua última partida foi diante do Paraná, em Curitiba. Foi titular naquele jogo. Wender foi também o primeiro a sair do time com a chegada de Clemer. No único trabalho do treinador, antes da estreia contra o Paysandu, o novo comandante optou por Eder Sciola, porque Ednei estava lesionado. Sciola ganhou sequência de jogos e a condição de destaque da equipe.
Atualmente, Wender é o terceiro jogador para o lado direito da defesa – atrás de Eder Sciola e Ednei. O fim da temporada deve fechar seu ciclo de seis anos no clube.
Gustavo Papa
Gustavo Papa, 37 anos, foi contratado pelo Brasil em 2012. Sua especialidade é a bola aérea. A virtude na jogada pelo alto o transformou num amuleto do técnico Rogério Zimmermann. Se ele estivesse no banco de reservas, era chamado quando o time necessitava partir para o “abafa” ao adversário. Também se tornava importante na bola aérea defensiva.
Nesse período, ele nunca foi o dono absoluto da camisa nove. A melhor sequência de jogos ocorreu no Gauchão de 2017. No início do Brasileiro, ele viu Rodrigo Silva se tornar titular. Depois chegou Lincom – mais um concorrente de peso pela vaga no time. Mas Papa continuou sendo a opção preferida de Zimmermann para os minutos finais das partidas.
A última vez em que o atacante foi chamado para entrar em campo ocorreu diante do Paraná em Curitiba. Depois disso – seja por lesão ou por opção de Clemer -, Gustavo ficou tão no anonimato quanto Joseph Ratzinger (Papa Emérito Bento XVI, cuja semelhança lhe rendeu o apelido). Atualmente, Lincom é o titular e o Brasil carece de outra opção confiável para o centro do ataque, porque Rodrigo Silva não correspondeu ao longo da temporada.
Papa é mais um jogador que está com os dias contados no Bento Freitas. Mas sua passagem pelo clube foi marcante, sem dúvida.
Cirilo
Quando Cirilo, 36 anos, retornou ao Brasil em 2012, a recepção foi de desconfiança. Sua contratação e permanência na equipe foram bancadas pelo treinador Rogério Zimmermann. Não demorou muito tempo para a simplicidade, a eficiência e o profissionalismo de Cirilo se sobressair, transformando o zagueiro num dos pilares de acesso do clube.
A temporada de 2017 está sendo atípica para Cirilo. Uma lesão o afastou da equipe. As chances de jogar ficaram escassas, especialmente no Brasileiro da Série B. Ele disputou apenas uma partida: contra o Internacional, no Bento Freitas. Sem ritmo de jogo, a atuação não teve a segurança costumeira.
Não teve chance com Clemer. Mesmo com as ausências de Leandro Camilo e Teco, Cirilo não deve ser aproveitado quarta-feira contra o Náutico no Recife.
Eduardo Martini
De todos os apontados como “símbolos da era RZ”, Eduardo Martini, 38 anos, é quem chegou por último no Bento Freitas. Foi em 2014. A missão era grandiosa: substituir Luiz Müller – ídolo da torcida e que acabava se ser escolhido o melhor goleiro da defesa menos vazada do Campeonato Gaúcho. Experiente, Martini segurou firme a oportunidade.
Teve atuações épicas – como na partida do acesso à Série B do Brasileiro (empate por 0 a 0 com o Fortaleza no Castelão). Ou então, defendendo pênaltis para que o Brasil subisse da Série D para a C, contra o Brasiliense, em Taguatinga.
Martini vinha sendo contestado em 2017, quando saiu do time, após duas derrotas seguidas por 3 a 0 fora de casa. Como goleiro não pode abrir espaço para o reserva, Pitol entrou no time e se apossou da camisa 1.