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domingo, 24 de novembro de 2024

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Bugio-ruivo volta à vida silvestre

04 março
09:58 2015

Após tratamento no Hospital de Clínicas Veterinárias (HCV) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em Porto Alegre, um macho de bugio-ruivo (Alouatta guariba clamitans) encontrado às margens da BR-116/RS foi devolvido à natureza.

O animal sofreu ferimentos ao ser atropelado por um veículo na região do município de Barra do Ribeiro. Identificado por colaboradores da construtora Constran e resgatado pela equipe de Gestão Ambiental (STE S.A.) das obras de duplicação da rodovia, ele foi encaminhado ao HCV em dezembro de 2014 e recebeu alta pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) no dia 03 de fevereiro de 2015. Os cuidados com a fauna da região – de Guaíba a Pelotas – integram uma série de ações implementadas pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) no empreendimento.

ANIMAL tinha sido resgatado na BR-116/RS Foto : Amanda Montagna/STE S.A.

ANIMAL tinha sido resgatado na BR-116/RS
Foto : Amanda Montagna/STE S.A.

Para a soltura, a equipe realizou uma expedição para escolha do melhor local. De acordo com a bióloga Michele Camargo, especialista em mamíferos da STE S.A., algumas premissas foram seguidas: o local deveria ser próximo de onde o animal foi encontrado, porém com distância razoável da rodovia; que respeitasse a área de vida do bugio; que o mantivesse perto da população original, para que as condições de sanidade e fluxo gênico não fossem totalmente modificadas; e onde houvesse disponibilidade de recursos alimentares e refúgio.

O primata foi transportado até o ponto de soltura, nas proximidades do Arroio Ribeirinho, onde a caixa de contenção foi colocada em meio à mata para início da adaptação. “Foi dado um tempo para que o bugio descansasse do transporte, diminuísse o estresse e começasse a interagir com o ambiente de soltura”, explicou Michele. Em seguida, a caixa foi aberta e o animal saiu em busca de uma árvore para retornar à vida silvestre. A expectativa “é que ele se reintegre ao ambiente de onde foi resgatado ferido, porém nada se pode afirmar”.

A espécie está inserida na categoria “vulnerável” da lista de ameaçadas do Rio Grande do Sul e do Brasil, e ainda aparece como “pouco preocupante”, porém em estado de declínio populacional, na União Internacional para a Conservação da Natureza. Vale lembrar que a mesma cumpre importante papel na regeneração das matas, tanto como dispersor – pois as sementes eliminadas em suas fezes têm alto poder germinativo –, como por ser uma espécie “bandeira”, ou seja, ao preservá-la, outras espécies da fauna e da flora, ameaçadas ou endêmicas, também são preservadas.

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