Câmara defende escola e prefeito não cortará ponto de servidores
Emei Vinícius de Moraes terá guarda durante todo o dia
A Escola Municipal de Educação Infantil Vinícius de Moraes, localizada no Jardim Europa, Areal, terá acompanhamento da Guarda Municipal durante todo o horário das aulas, até o encerramento do ano letivo. Também não haverá corte no ponto dos servidores que não trabalharam por medo de novas agressões. O prefeito Eduardo Leite acatou a proposta apresentada pelo presidente da Câmara de Vereadores, Ademar Fernandes de Ornel (DEM), durante reunião realizada em seu gabinete, no início da noite de quinta-feira, 21/11. A decisão é uma resposta à agressão sofrida pela diretora da escola, Girlei, Souza, atacada por familiar de um aluno.
Também estavam presentes a vice-prefeita, Paula Mascarenhas, o secretário de Educação, Gilberto Garcias, os vereadores Anderson Garcia (PTB), Marcus Cunha (PDT), Marcos Ferreira (PT), Ricardo Santos (PDT), Luís Henrique Viana (PSDB) Vitor Paladini (PSB), e o diretor do Sindicato dos Municipários, Tiago Botelho.
“A comunidade escolar está traumatizada”, afirmou Ornel, depois de ouvir os argumentos do Executivo, em especial da vice-prefeita, de que começam a ser preparados diversos projetos para minimizar a violência nas escolas e nas comunidades, como a Ronda da Cidadania, a Cultura da Paz e a Justiça Restaurativa.
Segundo o presidente do Legislativo, esses projetos são muito bons, mas devem funcionar em sua integralidade somente daqui a um ano. “Estamos pedindo que hoje, se dê atenção especial a esta comunidade que pede socorro ao Poder Público,” explicou o presidente.
Situação anunciada – O diretor do Simp, Tiago Botelho, disse que desde setembro, quando começaram as ameaças verbais aos professores e funcionários, dentro da escola e nas paradas de ônibus e as pedradas nos carros, o Sindicato procurou a Secretaria de Educação e o promotor público José Olavo Passos para informar a situação. “Pedimos uma solução permanente, porque sabíamos que poderia se tornar um caso mais sério”.
Eduardo Leite argumentou que a Guarda Municipal não pode substituir a função da Brigada Militar, que é dar segurança à população. “Este é um problema do Estado, que não está cumprindo com suas funções”, afirmou o prefeito. Ele disse, ainda, que quatro escolas do município localizadas em bairros em situação de criminalidade e violência altas têm guardas municipais permanentemente, mas que não há possibilidade de ter um guarda em cada uma das 88 escolas da cidade.
“Se fizermos um levantamento, haverá em todas, confrontos, professores e funcionários com algum tipo de medo, que já sofreram ameaças ou já presenciaram uma briga e enfrentam rotineiramente situações de indisciplina”, afirmou o prefeito.
Embora concordasse com o prefeito, o vereador Marcus Cunha disse que, neste momento, a comunidade escolar da Vinícius de Moares encontra-se muito fragilizada, desestruturada”, e que, portanto, a iniciativa de um guarda municipal até que a situação se normalize seria uma alternativa importante.
Depois de todos os argumentos apresentados, Eduardo Leite concordou com a proposta do Legislativo e disse que vai pleitear o apoio de outras instâncias para buscar medidas efetivas de segurança ao município. “Tenho muita expectativa quanto ao policiamento comunitário que deve iniciar em 2014”, afirmou.