CÂMARA MUNICIPAL : Crise na Saúde volta ao debate
Vereadores da Câmara Municipal de Porto Alegre querem instalar uma CPI para investigar irregularidades na saúde da capital, inclusive nos sistema de regulação de consultas implantado pela empresa GSH, por meio do software Aghos, o mesmo utilizado pela Secretaria Municipal de Saúde de Pelotas, e que foi alvo de Comissão Parlamentar de Inquérito encerrada em 2013 e encaminhada à Justiça.
Ricardo Santos (PDT), relator da CPI pelotense, foi contatado pelo vereador Cláudio Janta (Solidariedade) a quem encaminhou cópias de todo o material da investigação. Ele também já foi convidado a depor assim que a Câmara da capital instalar a sua CPI.
“Situações semelhantes as que encontramos no sistema Aghos, em Pelotas, tem sido denunciadas também em Porto Alegre, e os nossos colegas vereadores também querem investigar a empresa GSH porque consideram que o assunto é muito sério, envolve a saúde pública, a vida dos cidadãos e recursos públicos”, afirma Ricardo Santos.
CIRURGIAS – Em discurso, ontem, Santos também abordou a situação dos serviços de oftalmologia em Pelotas. Segundo o vereador, embora a Secretaria Municipal de Saúde tenha divulgado que o aumento de cirurgias de catarata vai aumentar, o sistema ainda continuará precário. “Temos pacientes aguardando por um procedimento há mais de quatro anos”, afirmou o vereador.
Santos também disse que um dos grandes problemas enfrentados pelo serviço de oftalmologia em Pelotas é a troca constante de empresas terceirizadas contratadas pela Prefeitura. “A cada mudança, seus diretores levam embora os livros com prontuários de todos os pacientes e é preciso reiniciar todo o processo”, afirmou. Além disso, denunciou, há médicos que, embora contratados para realizar cirurgias pelo SUS, cobram para fazer os procedimentos.
COMISSÃO – O vereador Marcus Cunha (PDT) informou que a primeira reunião da Comissão de Saúde será no dia 17 de fevereiro, às 10h, no plenarinho da Câmara. Este ano, a Comissão terá mais uma tarefa: realizar reuniões nas zonas distritais do município, para ouvir as comunidades em suas demandas e encaminhá-las à secretaria de Saúde.
GESTÃO – Ao abordar a situação da saúde no município, o vereador Marcos Ferreira, Marcola (PT), afirmou que o sistema de regulação de leitos, Aghos, “é uma máquina de fazer dinheiro para os administradores hospitalares”. Marcola presidiu a CPI da Saúde em 2013.
“Se consta no sistema que o leito está ocupado e ele não está, o valor é pago da mesma forma”, afirmou o parlamentar. Marcos Ferreira pediu que a Câmara decrete 2014 como o “Ano da Saúde para o Legislativo”, e que as fiscalizações dos parlamentares sejam reforçadas.
QUEDA – Rafael Amaral (PP) lembrou que, há alguns anos, Pelotas possuía mais hospitais e leitos à disposição da população. Agora, a população cresceu e os serviços pelo SUS diminuíram, afirmou o parlamentar. “Os planos de saúde são caros e também não têm qualidade no atendimento”, argumentou Amaral. “Mesmo o usuário que pode pagar por procedimentos, se sofrer um acidente ou emergência, vai cair no Pronto Socorro”.